O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, participou nesta quinta-feira, 23/4, de uma reunião técnica da Câmara dos Deputados que debateu, por meio de videoconferência, a situação do Amazonas diante do avanço da Covid-19. “Manaus não tem a menor condição de se abrir completamente para a atividade econômica, mais pessoas vão se contaminar e buscar auxílio médico”, destacou Virgílio, ao ser o primeiro a se pronunciar entre os convidados e relatar as necessidades da capital do Amazonas, para o enfrentamento do novo coronavírus.

“Precisamos de pressa, de uma rapidez comparada ao avanço desse vírus. A máquina burocrática do governo federal não aprendeu ainda a andar na mesma velocidade. Precisamos de medicamentos específicos, de pessoal, de EPIs, de tomógrafos, enfatizei isso ao vice-presidente Hamilton Mourão, que esteve em Manaus, com a ideia de adaptarmos nossas Unidades Básicas de Saúde para fazer a triagem de pacientes”, relatou o prefeito.

A pauta foi realizada pela Comissão Externa, destinada a acompanhar ações preventivas da vigilância sanitária e possíveis consequências para o Brasil quanto ao combate à pandemia, presidida pelo deputado federal do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Teixeira Jr. Na ocasião, o prefeito Arthur Neto também agradeceu o convite feito pelo deputado federal Marcelo Ramos, designado para compor a comissão e que está destinando verba de emenda parlamentar para a capital amazonense.

Pela Prefeitura de Manaus, além do prefeito, estiveram presentes os secretários municipais de Saúde, Marcelo Magaldi, e da Mulher, Assistência Social e Cidadania, Conceição Sampaio, e ainda o coordenador do hospital de campanha municipal Gilberto Novaes, Ricardo Nicolau. Pelo Amazonas, participaram o governador do Amazonas, Wilson Lima, sua secretária de Saúde, Simone Papaiz, o senador Omar Aziz, além de outros deputados estaduais e federais eleitos pelo Estado.

“Precisamos casar as duas coisas, as necessidades na saúde, como relatei, e uma ajuda da equipe econômica do governo federal, preparando grandes empresas e subsidiando pequenos empresários”, destacou Arthur, enfatizando que é preciso manter o isolamento social e a parceria de todos. “A cidade parecia em festa no feriado e não falta decreto meu e do governador. Inclusive, não vi outro caminho que não fosse a união com o Estado”, afirmou.

O prefeito também destacou que o hospital de campanha da prefeitura, instalado em quatro dias na estrutura de uma unidade de ensino prestes a ser inaugurada, deve chegar a 279 leitos, ao passo que alertou que o número de sepultamentos em Manaus só cresce e que, por isso, outras providências estão sendo planejadas. “Estamos inventando soluções, criando possibilidades, como a ampliação de mais leitos e a parceria com um crematório em um município vizinho”, citou.

“O que o Brasil precisa é de diagnóstico precoce, por meio de tomografia, para o paciente iniciar o tratamento o quanto antes e evitar a hospitalização. Falo isso diante da experiência de estar fazendo o acompanhamento”, pontuou Ricardo Nicolau, diretor do Grupo Samel e que dirige o hospital Gilberto Novaes.

Além de reforçar as necessidades da capital para o enfrentamento à pandemia, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, destacou a grande responsabilidade no atendimento básico, considerando a extensão de Manaus. “Fazer política pública, neste momento, tem sido um grande desafio, visto que mais de 50% da população amazonense reside aqui. Não estamos medindo esforços para ampliar a rede de saúde básica, para desafogar as unidades de média e alta complexidade”, pontuou, destacando também a atuação do hospital de campanha municipal.

Participaram ainda da conferência a assessora técnica do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência da Saes, do Ministério da Saúde, Fernanda Hamze; o presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas, José Bernardes Sobrinho; o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas, Sandro André da Silva Pinto; o presidente da Associação Médica do Amazonas (Ama), Jorge Akel; o presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame; e o presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire Bezerra.

Artigo anteriorConselho de Medicina libera uso da cloroquina em casos leves
Próximo artigo“Manaus não tem condições de abrir a economia”, diz prefeito em reunião da Câmara dos Deputados