Na participação do humorista Marcelo Adnet no programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (17/8), a atual política brasileira foi um tema recorrente. Durante a entrevista, o artista falou sobre seu posicionamento, criticou a gestão cultural do governo federal e o comediante Márcio Lúcio, o Carioca, por ter se aliado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para fazer piada.

Na ocasião, em encontro em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente usou o humorista, em uma ação ensaiada, para responder às perguntas dos jornalistas sobre o crescimento do PIB — o que foi visto como um deboche pela imprensa e pelos políticos.

“Eu não gosto desse tipo de humor. Quem estava sendo sacaneado? Nós, a imprensa, quem gostaria de ouvir da autoridade máxima uma colocação. Eu não achei graça, não acho isso bacana, porque você está fazendo humor junto do poder. Apontando o humor para baixo”, disse. “Embora ele seja muito talentoso. Foi um episódio que não achei graça, não faria”, completou.

Adnet comentou também o que chama de desmonte da cultura. “O Bolsonaro de agora não está interessado em nenhum diálogo. Ele, inclusive, é um cara que tem um plano de bater na cultura. Infelizmente o nosso presidente vem investindo contra a cultura”, considerou.

Segundo ele, desde que se perdeu o ministério, a cultura foi decaindo. “Você só ouve falar da secretaria por conta das notícias tristes. Nós, artistas, estamos fazendo a arte continuar viva apesar dos pesares”, salientou.

Questionado se haveria a possibilidade de uma candidatura no futuro, Adnet disse que apesar de amar a política, tem medo de morrer. “Acho que a política é muito barra pesada. Eu, que não sou político, não sou afiliado a nenhum partido, recebo ataque diários”, explicou, para em seguida reforçar seu posicionamento.

“Eu me considero de esquerda, um progressista. Não comunista, pois a palavra tomou um outro significado. Mas como ser do Brasil e não ser de esquerda? Para mim, as políticas progressistas são as únicas que fazem sentido. É sobre diminuir as diferenças abissais”, concluiu.

Veja a entrevista completa:

(Metrópoles)

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