Cada dia mais comum e bastante agressivo quando diagnosticado tardiamente, as ocorrências de câncer colorretal têm sido crescente no Brasil: mais de 35 mil casos por ano. Com o intuito de alertar a população sobre a importância da prevenção do câncer colorretal, esse mês é realizada a campanha Março Azul-Marinho. 

O oncologista do Hapvida Saúde, Dr. Alexandre Gomes, explica que esse tipo de câncer é tratável e, na maioria dos casos curável, se detectado precocemente. “Esse tipo de câncer abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto (final do intestino) e ânus”, afirma o médico.

A estimativa é que em 2020 cerca de 40.990 novos casos sejam detectados, sendo 20.520 homens e 20.470 mulheres, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Além disso, uma pesquisa divulgada em 2018 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a incidência do câncer em geral deve aumentar 63% nos próximos 20 anos, ou seja, até 2038. Para este período são estimados 1,9 milhão de casos de câncer colorretal, o quarto mais frequente, atrás apenas do câncer de mama, pulmão e pele.

Sinais e sintomas

Como a maioria dos tumores, a incidência do câncer colorretal decorre de práticas não saudáveis, como obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e excesso de consumo de carne processada. Nos estágios iniciais, a doença, geralmente, não causa sinais e sintomas. No entanto, recomenda-se procurar um especialista, caso apresente algum dos sintomas

• diarreia ou constipação;

• sangramento ao evacuar;

• anemia sem causa aparente;

• desconforto abdominal, com gases e/ou cólicas;

• sensação de intestino vazio;

• vontade frequente de evacuar, mesmo com intestino vazio.

Diagnóstico

O câncer colorretal apresenta chances de cura, se diagnosticado precocemente. Nesse caso, a detecção do tumor pode ser feita através de exames de rastreamento – como a colonoscopia – bem como por meio de exame físico. No caso dos pacientes que já apresentaram os sintomas da doença, o diagnóstico é feito por meio de investigação de exames clínicos, radiológicos ou laboratoriais.

Tratamento

O tratamento das pessoas com tumores em estágios iniciais varia desde a retirada do pólipo e das lesões, através de colonoscopia até cirurgias com ressecções locais dos tumores. Em casos específicos, recomenda-se sessões de quimioterapia complementares (adjuvante). Quanto mais avançado o estágio do câncer, mais agressivo deve ser o tratamento, podendo ser necessárias radioterapia e quimioterapia, mesmo antes de procedimentos cirúrgicos.

Prevenção

A incidência do câncer colorretal está relacionado a fatores diretamente ligados ao estilo de vida, o qual envolve, principalmente, questões sobre a alimentação. Com isso, os principais fatores de risco da doença são:

• idade igual ou superior a 50 anos;

• sedentarismo;

• sobrepeso e obesidade;

• histórico familiar de câncer de intestino;

• cigarro;

• uso de álcool;

• doenças inflamatórias no intestino, como doença de Crohn e retocolite ulcerativa crônica.

Além disso, pessoas com maus hábitos alimentares também têm mais risco de desenvolver a doença. Assim, quem consome carne vermelha em excesso, produtos processados (salame, mortadela, linguiça, salsicha) e tem uma dieta pobre em frutas, verduras, legumes e fibras precisa ter mais atenção.

A alimentação pode ser um dos fatores que causam a alta incidência da doença nos tempos atuais. Isso porque a rotina das pessoas, cada vez mais frenética, faz com que muitas delas acabem optando por produtos industrializados, que não exigem tempo de preparo. Assim, elas deixam de incluir alimentos naturais no cardápio.

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