O juiz federal Marcus Vinicius Reis Bastos acatou nesta segunda-feira (29/04/2019) a denúncia contra o ex-presidente Michel Temer no Inquérito dos Portos. As informações são do blog da jornalista Andreia Sadi.

A denúncia original foi enviada para a primeira instância pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso. No último dia 15, o Ministério Público em Brasília confirmou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e pediu que o emedebista se tornasse réu.

Além de Temer, também viraram réus na ação: o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures; o coronel Lima Filho, amigo do emedebista; um sócio de Lima; e executivos da empresa Rodrimar.

O ex-presidente já é réu em quatro ações penais, denunciado em três inquéritos e investigado em mais cinco casos – ao todo, são 12 procedimentos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília.

No documento, o juiz afirma que “nos termos devidamente narrados nesta petição, houve sucessivas tratativas entre os denunciados por um longo período de tempo e que mantiveram estável vínculo existente com Michel Temer ao longo de sua carreira pública. [Eles] Renovaram a promessa de vantagem indevida do agente privado corruptor em troca da atuação funcional do agente público corrupto, neste nicho específico do setor portuário”.

Confira o documento na íntegra

Entenda
O inquérito, aberto pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, baseia-se nas delações de ex-executivos da J&F, grupo proprietário da Eldorado Celulose, que atua no Porto de Santos (SP). Eles denunciaram pagamentos de propina a agentes políticos, entre eles Michel Temer e Rocha Loures. O ex-deputado, que foi assessor especial da Presidência da República, chegou a ser flagrado com uma mala recheada com R$ 500 mil, supostamente propina da J&F direcionada a Temer.

Depois, o coronel Lima também passou à condição de investigado: teria recebido R$ 1 milhão da J&F, a pedido de Michel Temer, segundo os delatores. Rocha Loures e Lima Filho chegaram a ser presos. A detenção de Loures ocorreu quando ele carregava a mala com dinheiro, o que lhe rendeu o apelido de “homem da mala de Temer”.

Além deles, o ex-deputado federal Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, e o ex-diretor da empresa Ricardo Conrado Mesquita também tiveram o indiciamento pedido pela PF.

Filha de Temer
Durante quase um ano, a Polícia Federal também investigou uma reforma feita na casa de Maristela Temer, filha do ex-presidente. A obra é avaliada em, ao menos, R$ 1 milhão e teria sido paga com recursos de propina pelas empresas do setor portuário. Maristela também foi indiciada pela PF. A conclusão do inquérito foi prorrogada quatro vezes, com autorização judicial. (Com informações de Metrópoles)

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