A líder “de facto” de Myanmar, Aung San Suu Kyi, foi indiciada pelo crime de corrupção nesta quinta-feira (10), informou a junta militar que governa o país desde o golpe de Estado de fevereiro.

Os militares golpistas, segundo informou o jornal estatal “Global New Light of Myanmar”, afirmam que a líder civil “usou seu cargo” para benefício próprio e aceitou “US$ 600 mil em dinheiro e 11 quilos de ouro”. O site afirma que a Comissão Anticorrupção encontrou violações da lei nacional sobre o tema.

O indiciamento é resultado de uma investigação iniciada em 11 de março contra Suu Kyi, que está em prisão domiciliar desde o dia 1º de fevereiro ao lado do presidente do país, Win Myint. Caso seja condenada, ela pode pegar até 15 anos de detenção.

Essa é a sétima acusação formal feita pelos golpistas contra Suu Kyi, que já responde por “crimes” de violação da lei de importação, de desastres ambientais e por incitação aos protestos pró-democracia – que tem mais de 600 mortes entre civis.

Suu Kyi e Mynt foram depostos pelos militares no dia que os parlamentares eleitos em dezembro tomariam posse no Parlamento.

Naquele dia, a alegação era de que havia “fraudes” nas eleições. No entanto, quatro meses depois do golpe, não há nenhuma acusação nesse sentido contra os dois líderes.

Myanmar vivia apenas a sua segunda eleição livre desde 2015 e, em ambos os pleitos, o partido de Suu Kyi, o Liga Nacional para a Democracia (NLD), foi o vitorioso por ampla maioria. (ANSA).

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