O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) assumiu, na manhã desta segunda-feira (2/8), que não conseguiu atingir a marca esperada de 10% nos índices de desmatamento na Amazônia. Um dos objetivos da Operação Samaúma – que durará até o dia 31 de agosto de 2021 – segundo Mourão, era reduzir o desmatamento em até 1 mil quilômetros quadrados. Com informações de Metrópoles.

“O ciclo fechou no dia 31 de julho. Provavelmente não vou cumprir aquilo que eu achava que ela seria o nosso papel, de chegar a 10% de redução. Acho que vai dar na faixa de 4% a 5% por cento. É uma diminuição muito pequena e muito irrisória, tá? Mas já é um caminho andado”, disse o general.

Mourão, contudo, descartou uma nova fase da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), caso os índices continuarem ruins. Segundo ele, os ministérios componentes do Conselho Nacional da Amazônia estão tomando medidas necessárias. Ele também se diz satisfeito com os números dos focos de calor.

“Temos medidas que foram tomadas pelo Ministério do Meio Ambiente, na contratação de brigadistas, pelo Ministério da Justiça, na questão dos bombeiros voluntários”, apontou.

De acordo com o vice-presidente, o índice de focos de calor está com média baixa para o mês de julho, quando as primeiras queimadas ocorrem. “Então, uma vez que os principais ministérios estão conseguindo solucionar, com as suas capacidades, eu acho que não é necessário continuar o emprego das Forças Armadas”, sugeriu.

Índices

Apenas em maio, a Amazônia sofreu desmatamento de 1.391 quilômetros quadrados (km²), alta de 67% em relação ao mesmo período de 2020. Esse foi o pior mês de maio dos últimos cinco anos. Esses dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Ao Metrópoles, a Coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a pesquisadora Luciana Gatti afirmou que o Brasil tem “plantado seca” com o avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia.

Gatti é autora do artigo científico “Amazônia como fonte de carbono ligada ao desmatamento e mudanças climáticas”, publicado em julho, na revista Nature (leia aqui o documento, em inglês). O estudo descobriu que, devido a desmates e queimadas, a Amazônia emite, anualmente, 0,29 bilhão de toneladas de carbono (CO²) na atmosfera para além do que consegue absorver.

Na teoria, no entanto, era para ocorrer o contrário: absorver mais do que emitir. “Isso significa que nós estamos contribuindo para as mudanças climáticas”, afirma Gatti.

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