O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) criticou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada neste domingo (17), os pedidos de impeachment do atual presidente, Jair Bolsonaro. Para o general da reserva, há uma espécie de banalização no uso desse mecanismo no país. Com informações de Poder 360.

“Não vejo hoje que haja condição de prosperar qualquer pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro. Aqui no Brasil qualquer coisa é impeachment, né? Deixa o cara governar, pô!”.

Um dos pontos mais criticados pelos autores dos pedidos de afastamento de Bolsonaro é a reação do seu governo ao coronavírus. Mourão, na entrevista, defendeu a gestão da pandemia, que considerou correta, embora ele acredite que tenha havido “problemas de comunicação”.

“Fomos muito criticados, mas o tratamento precoce impede que a pessoa adquira sintomas mais graves e vá para o hospital, independentemente de discutir se é o remédio A, B ou C. Talvez (pudesse ter tido) uma comunicação mais eficiente”, afirmou.

Mourão também falou sobre a vacinação contra a covid-19, iniciada em mais de 57 países, mas ainda não no Brasil. “Todo mundo diz que tal lugar começou a vacinar. Mas quantos se vacinaram nesses locais? O único país que realmente está em uma fase final de vacinação é Israel. Mas qual é a população de Israel? Menor que a da capital de São Paulo”, comparou.

O vice-presidente somou-se às críticas que Bolsonaro faz ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e disse que ele “acabou metendo os pés pelas mãos” na questão da Coronavac.

“O governador Doria virou garoto-propaganda da vacina e acabou metendo os pés pelas mãos. Apareceu na TV para dizer que a vacina tinha um valor ‘x’ de eficácia, quando não era verdade. Em nenhum momento ele compareceu para se retratar. Isso não revela boa gestão“.

Filiado ao PRTB, o general defendeu a política de alianças do Planalto, focada no Centrão -agremiação de partidos sem coloração ideológica- apesar de eles terem sido amplamente criticados pelo candidato Jair Bolsonaro na campanha de 2018.

No começo, o governo buscou o relacionamento com o Congresso na base das bancadas temáticas. Mas as frentes parlamentares votam junto apenas para assuntos específicos. Aí chegou-se à conclusão que era necessário reunir um grupo de partidos que apoiassem as pautas principais do governo. E qualquer reunião de grupos de partido, no Congresso que temos hoje, passa pelo Centrão. Não tem como fugir do Centrão”, justificou.

Instado a falar sobre as eleições presidenciais de 2022, Mourão disse que não vê adversários fortes contra o atual presidente.

“Hoje eu não vejo adversário para o presidente Bolsonaro. O que é mais destacado como concorrente é o governador Doria, mas eu julgo que o presidente continua vencendo. Talvez o pior opositor para nós mesmos seja não conseguir realizar o que temos de realizar. Acho que Luciano Huck é fogo de palha. Na hora H, sai fora”.

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