Após as quinze mortes de presos registradas no Compaj no domingo (26) e mais 40 na segunda-feira, 27, em três unidades prisionais em Manaus, na avaliação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o massacre é resultado “de um certo descontrole do poder estatal em relação a essas prisões”.

“A informação que nós temos é que houve um conflito entre facções criminosas. Isso pode acontecer em um presídio em qualquer lugar do mundo, não deveria. Nós estamos tentando controlar esses casos específicos”, afirmou.

As declarações foram feitas a jornalistas na terça (28) em Lisboa, onde Moro participou de uma palestra sobre combate à corrupção nas Conferências do Estoril.

Segundo ele, um dos objetivos é ter no Brasil penitenciárias federais de segurança máxima que funcionem como as superprisões dos EUA.

Força-Tarefa

Em decreto publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira 29, o governo federal oficializa o envio de um reforço de segurança para combater a crise penitenciária enfrentada pelo estado do Amazonas. Entre domingo e segunda-feira, 55 detentos morreram em unidades prisionais na capital Manaus.

A Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária – FTIP atuará por noventa dias na cidade, para exercer atividades e serviços de guarda, vigilância e custódia de presos. O decreto não especifica o número de profissionais a ser disponibilizado, que obedecerá planejamento definido pelos entes envolvidos na operação.

O ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, havia antecipado a medida na manhã da terça-feira. Pela tarde, o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, compartilhou impressões de Jair Bolsonaro sobre o massacre de presos cometido em Manaus.

“Obviamente, o presidente está consternado pelo processo escabroso que ocorreu naquele sistema penitenciário. E já vem orientando o ministro Moro no sentido de colocar toda a sua força como ministro da Justiça e Segurança Pública para apoiar aquele estado e debelar o mais pronto possível qualquer atividade que venha a se colocar em contra a sociedade, em especial aqueles presos que se encontram presos naquele complexo penitenciário”, disse Rêgo Barros. (Com a Folha de S.Paulo)

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