O médico Francisco Eduardo Cardoso Alves afirmou, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, ser “absolutamente contra” o autotratamento contra a covid-19. “Quem defende a medicina não pode defender o autotratamento ou kit covid”, reforçou. Segundo ele, o acompanhamento da doença deve ser realizado com um médico. Cardoso Alves disse desconhecer o termo “kit covid” pois não é algo que faz em sua prática clínica.

“Em todo mundo que trata pacientes de covid não faz. Paciente tem que ter um médico ali do lado, o dia inteiro”, declarou nesta sexta-feira. Em sua avaliação, além do autotratamento, a prescrição ou divulgação de eficácia de tratamento fora do ambiente médico também não é correta. Acompanhe.

Defensor do uso de medicamentos não comprovados cientificamente para o tratamento contra a covid, Cardoso Alves afirmou que devem ser ouvidos todos os lados no combate à doença. Segundo ele, mesmo quando saíam estudos sobre a eficácia de corticoides no tratamento do vírus, foram tratados como charlatães por membros da sociedade médica brasileira.

“Quantos pacientes morreram sem corticoide nesse País?”, questionou o médico. “Por isso que eu falo, a ciência é dinâmica, a ciência muda, a gente tem que evitar posições firmes. A gente tem que sempre ter abertura para ouvir todos os lados porque nem sempre aquilo que aparece é verdade”.

O médico ainda reforçou críticas à politização do tratamento médico na covid-19 e afirmou que o termo tratamento precoce é um erro. “Existe tratamento”, apontou, que, segundo ele, deve ser iniciado com os primeiros sintomas da doença. Para o médico, ainda há um “mix de preconceitos concebidos, risco de desconhecimento ou insistência no erro” sobre o assunto. Na defesa do uso de outros medicamentos, Cardoso Alves ainda afirmou que a “vacina não pode ser a única estratégia usada”. (Istoé)

Artigo anteriorGloria Perez cita caso Lázaro para criticar “saidão” de presidiários
Próximo artigoTeste confirma 1º caso de cepa indiana da Covid em Goiânia