Partidos da oposição afirmaram nesta segunda-feira (10) que farão “obstrução total”, ou seja, tentarão impedir votações de todas as matérias no Congresso enquanto o ex-juiz Sergio Moro não for afastado do seu cargo no Ministério da Justiça.

A reação acontece após a divulgação de conversas privadas entre Moro e o procurador e coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. Nas conversas, Moro orienta Dallagnol sobre como apresentar parte das denúncias.

“Cabe ao Parlamento entrar nas investigações, não cabe apenas à esquerda e à oposição”, disse a líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PC do B-RJ). “A atitude do senhor Sergio Moro, do Deltan Dallagnol e Laura Tessler são atitudes criminosas diante das leis brasileiras.”

O grupo disse que buscará impedir a apresentação do relatório sobre a reforma da Previdência, previsto para acontecer nesta quinta-feira (13).

Além do PCdoB, participaram do anúncio deputados do PT e do Psol. Amanhã, os presidentes e líderes PSB e PDT devem se reunir com o grupo para definir estratégias legislativas e judiciais em relação a este caso, entre elas a possibilidade de um pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito –que já é dado como certo pelo PDT.

A oposição também disse estudar a possibilidade de apresentar uma notícia-crime (apresentação de fato tido como criminoso à polícia ou ao Ministério Público Federal), e de convocar Moro para prestar esclarecimentos no Congresso.

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