Noventa e nove reeducandos dos Centros de Detenção Provisória de Manaus I e II (CDPMs 1 e 2) foram certificados, na segunda-feira (30/11), nos cursos de Barbearia, Marcenaria e Elétrica Predial. São internos que, ao decidirem participar do programa de ressocialização da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) “Trabalhando a Liberdade”, traçaram uma nova rota para suas vidas.

 “Hoje está acontecendo um fato muito importante aqui, nós temos internos de duas unidades prisionais que há algum tempo se dizia que era impossível colocarem juntos, porque pertenciam a grupos distintos. Mas vocês estão provando que estão compreendendo que o mais importante depois de Deus é a família. E para não causar mais sofrimentos às suas famílias, vocês tomaram a decisão de aderir aos projetos de ressocialização e nisso, eu os parabenizo”, valorizou o titular da Seap, coronel Vinícius Almeida.

As palavras do secretário vieram ao encontro do depoimento do reeducando do CDPM 2, Mário (nome fictício), 34, que se profissionalizou em Elétrica. “Eu iniciei no mundo do crime muito jovem, lá no Rio de Janeiro. Já fui preso três vezes, mas como eu era faccionado nunca me interessei em participar dessas coisas. Até porque, antes não tinha um programa como o Trabalhando a Liberdade. Eu estou há seis anos preso e um ano no programa, e tomei essa decisão para me tornar um profissional de carteira assinada lá fora e não expor mais a minha família ao sofrimento”.

Retorno benéfico – Os cursos de Marcenaria e Elétrica Predial contaram com 80h de carga horária de aulas teóricas e práticas e o de Barbeiro, 40h. As aulas aconteciam nos períodos da manhã e tarde, e toda a parte prática foi voltada ao benefício das unidades prisionais e da sede da secretaria que já possui em suas dependências mesas fabricadas por alunos do curso de Marcenaria.

Alexandre Calixto, gerente de ressocialização do consórcio CGPAM, parceira da Seap na cogestão dos CDPMs 1 e 2, pontua a benfeitoria dos cursos profissionalizantes no objetivo de reintegrar o indivíduo apenado à sociedade de uma forma digna.

“Os cursos oferecem a oportunidade de aprendizado e execução de um trabalho especializado. Afinal, além das aulas e do certificado, os reeducandos contam com remição de pena e, em alguns casos, até salário, como é o caso do curso de Barbeiro, já que eles terão uma barbearia para auxiliar em cada galeria. O mais interessante é que os certificados não apontam que os cursos foram feitos dentro das unidades, evitando situações de preconceito e desvalorização do profissional após o cumprimento da pena”, frisou.

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