Antes de o leitor questionar se a grafia do título está correta, já me antecipo em dizer: sim, está! A expressão ‘língua portuguesa’ é escrita com iniciais minúsculas quando se refere ao idioma e com iniciais maiúsculas quando se refere à disciplina. Portanto, já fica evidenciado o que irei abordar em seguida.

Para não tornar o texto muito carregado e de difícil leitura, resolvi deixar a síntese histórica do português para as aulas de Português. O fato de não saber a origem ou o desenvolvimento da nossa língua pátria não será barreira para compreender o porquê de eu estar preocupado com o português nestes últimos dias

É do conhecimento geral que nem todas as pessoas tiveram acesso a uma educação – dita – de qualidade ou tempo hábil para se dedicarem aos estudos. Também sabemos que inúmeras pessoas têm tempo de sobra para ir à escola e condição financeira para alcançar livros/jornais/revistas. Eis que surge uma dúvida: por que, em ambos os grupos supracitados, existem pessoas que falam e escrevem relativamente bem e outras que saem por aí falando e escrevendo com erros crassos (grosseiros)?

Muitos responderiam a tal indagação afirmando com total certeza que o motivo é a falta de leitura. A falta de leitura contribui, significativamente, para esses erros, mas a falta de uma leitura sadia. Quando digo leitura sadia, não remeto aos clássicos extremados, mas a uma leitura onde se encontre colocação pronominal correta, onde os erros gramaticais são inexistentes e onde não há discordância verbal. O acesso a essa leitura, claro, não é fácil para todos, mas para os que pertencem ao segundo grupo, reconheço que seja difícil, mas não impossível de adquirir textos contendo tais características.

Até aqui tudo na mais ‘normalidade’ brasileira’: uns falam errado e outros certo… uns correm atrás e se interessam por ler, aprender e outros nem tanto. Exatamente nesse ponto é que reside o ápice da minha preocupação. O comodismo de não falar tão certo como deveria e de achar normal o fato de falar errado desde que o outro entenda. Não precisamos pensar muito ou irmos tão longe assim para encontrarmos erros. Eles estão, hoje, por toda a parte.

Estudantes de primeiro e segundo graus não sabem acentuar palavras corretamente e ainda colocam o ‘mim’ conjugando verbo ou escrevem ‘concerteza’. Com certeza, o leitor já viu um banner de algum salão de beleza por aí com os escritos: ‘alizamento à 10$’ ou se deparou com e-mails engraçados – para mim, preocupantes – evidenciando erros em boletins de ocorrência ou provas de vestibular. Conseguem até escrever ‘menas’.

O que me chama a atenção é que as pessoas pouco ou nada fazem para alterar essa realidade. Quando eu me refiro às pessoas, quero remeter ao particular, ou seja, o beltrano ou o fulano que não agem para aperfeiçoarem o seus respectivos usos da língua portuguesa. Acomodaram no erro e simplesmente concordaram em falar errado. É de uma tristeza profunda escutar: ‘eu falo errado mesmo e todo mundo também’. Ou: ‘eu detesto português’/’odeio ler’. Isso não pode permanecer assim.

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