Uma das principais manifestações culturais dos povos indígenas, o Grafismo Indígena,  é tema de oficina realizada neste sábado (10/04). A atividade é realizada no Centro de Medicina Indígena da Amazônia, localizada no centro de Manaus, e busca valorizar práticas indígenas, além de promover um espaço de troca de conhecimentos entre anciãos e jovens das etnias Tukano, Tuyuca e Dessana. 

As populações indígenas mantiveram, por séculos, suas tradições de pinturas corporais e decorativas, usando pigmentos encontrados na natureza. Os desenhos gráficos e as narrativas desenvolvidas a partir deles contribuem para que a cultura mantenha-se viva ao longo dos tempos.

“Nós, povos indígenas, utilizamos a pintura como meio de expressão ligado aos diversos sentidos e relações sociais e cosmopolíticas. Assim, a oficina possibilitará ensinar aos jovens indígenas a importância e significado de cada grafismo, como por exemplo, grafismo para proteção da pessoa, da guerra, de doença”, relata Ivan Menezes, fundador do centro de medicina. 

Esta é a terceira oficina de uma série de três, todas voltadas à cultura indígena da etnia Yepamahsã (Tukano). A primeira oficina teve como tema “Cosmografia”, sendo este, o conjunto de conhecimentos indígenas que se fundamentam em três grandes tripés: Kihti ukuse (mitologias), bahsese (benzimentos) e bahsamori (práticas sociais). 

Fotos: Rodrigo Duarte

Oficina de kariçú –  No dia 03 de abril, o Centro de Medicina Indígena promoveu a sua segunda oficina, intitulada “Kariçú”. A atividade orientou os participantes a usarem o instrumento de sopro feito de “bambú”, que é tocado coletivamente. O Kariçú é um instrumento muito importante entre os povos indígenas do Rio Negro, podendo ser utilizado tanto na música instrumental (orquestras), quanto em acompanhamento de voz (canções solo).

O projeto foi contemplado na Lei Aldir Blanc – prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas, e conta com a parceria da produtora Pedra de Fogo Produções.

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