Foi com o nome “Operação Liberdade” que Juan Guaidó e parceiros da oposição batizaram a tentativa de investida contra o Executivo de Maduro, esta terça-feira, dia em que o líder opositor Leopoldo López, em prisão domiciliária desde julho de 2017, foi libertado pelas forças anti-poder, “à luz da Constituição e por ordem do presidente Guaidó”, anunciou.

Líder opositor Leopoldo López foi libertado por militares afetos a Guaidó. Foto: Rayner Pena/epa

Em mensagens divulgadas no Twitter, a partir da base aérea de La Carlota, em Caracas, Guaidó anunciou o “fim definitivo da usurpação” e pediu ao povo para se organizar, mobilizar-se para as “principais unidades militares” e sair às ruas para “apoiar as forças democráticas”, referindo-se aos grupos de militares afetos à oposição.

Segundo a agência Reuters, centenas de civis aliaram-se aos soldados concentrados em La Carlota, onde se registrou uma troca de tiros entre os militares que acompanham Guaidó e as forças leais a Maduro. Outras centenas começaram a bloquear ruas de Caracas, avançou a agência Efe.

Foto: Miguel Gutierrez/epa

A Praça de Altamira, na capital, encheu-se de civis, a meio da manhã (na hora venezuelana), em apoio ao líder da oposição, que se dirigiu a quem escolheu seguir-lhe os passos: “Hoje ficou claro que as Forças Armadas estão com as pessoas da Venezuela e não com o ditador. Contamos com as pessoas. A maioria está nas ruas da Venezuela.”

“Militares traidores” tentam golpe, diz Governo

Nicolás Maduro reforçou a “total lealdade” dos líderes militares do país face ao levantamento encabeçado em Caracas. “Nervos de Aço! Conversei com os comandantes das REDI [Rede de Defesa Integral] e ZODI [Zona de Defesa Integral] do país que me manifestaram a total lealdade ao Povo, à Constituição e à Pátria”, afirmou Maduro no Twitter, apelando ainda à “máxima mobilização popular para assegurar a vitória da paz”.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, já tinha garantido o normal funcionamento dos quartéis do país. “Rejeitamos este movimento golpista que visa encher o país de violência, e os pseudo-líderes políticos que se colocaram na linha de frente desse movimento subversivo têm usado tropas e polícias com armas de guerra numa via pública na cidade para criar ansiedade e terror”, acrescentou.

Antes, o ministro da Informação tinha dito que o Governo estava perante a tentativa de um golpe de Estado orquestrada por um “pequeno grupo de militares traidores”. “Estamos a enfrentar e desmantelar um pequeno grupo de efetivos militares traidores que se mobilizaram para promover um golpe de Estado”, afirmou Jorge Rodríguez. (Com informações de Jornal da Notícia e Reuters)

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