VATICANO, 20 JUN (ANSA) – O papa Francisco recebeu no Vaticano o chileno Juan Carlos Cruz, vítima de abusos por parte de um padre pedófilo e recém-nomeado para uma comissão criada pelo pontífice para combater crimes sexuais contra menores.   

A reunião ocorreu no último sábado (19) e foi revelada pelo próprio Cruz em seu perfil no Twitter. “Hoje [sábado] agradeci ao papa Francisco por minha nomeação e reafirmei meu compromisso em seguir ajudando sobreviventes de abuso sexual no mundo”, escreveu o chileno, que também publicou fotos que o mostram abraçando e conversando com Jorge Bergoglio.   

Cruz integra desde março passado a Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, comitê estabelecido por Francisco para discutir medidas de combate à pedofilia na Igreja Católica e que também tem entre seus membros o brasileiro Nelson Giovanelli, fundador da comunidade Fazenda da Esperança, de Guaratinguetá (SP).   

O chileno é uma das vítimas do padre pedófilo Fernando Karadima, cujo estado clerical foi revogado em 2018. Os abusos cometidos pelo sacerdote foram acobertados durante décadas, culminando na renúncia coletiva de todo o episcopado do Chile, no mesmo ano.   

Francisco já aceitou a demissão de vários prelados, incluindo o ex-bispo de Osorno Juan Barros Madrid, acusado de ocultar denúncias contra Karadima.   

Cruz diz que suas acusações foram desacreditas pelo fato de ele ser homossexual. No entanto, o chileno diz ter ouvido do Papa as seguintes palavras em um encontro no Vaticano em 2018: “Juan Carlos, o fato de você ser gay não importa. Deus te fez assim”.   

A Santa Sé nunca confirmou nem desmentiu a declaração de Cruz.   

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