O papa Francisco teve um encontro de cerca de uma hora no Vaticano, nesta sexta-feira (26), com o presidente da França, Emmanuel Macron, uma audiência delicada devido à crise na Igreja Católica francesa pelos escândalos de pedofilia.

Macron, que acabava de assinar um tratado considerado “histórico” com a Itália, teve um encontro particularmente longo com o pontífice argentino na biblioteca particular pontifícia, no segundo andar do palácio apostólico.

Depois foi recebido pelo cardeal Pietro Parolin, número dois do Vaticano, e pelo bispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados.

Segundo fontes diplomáticas, as conversas foram a oportunidade de discutir a crise migratória às portas da Europa, após o naufrágio que matou 27 migrantes na quarta-feira no Canal da Mancha, além do relatório Sauvé sobre os abusos sexuais na Igreja na França, sobre a qual o papa já manifestou a sua “imensa tristeza” e um sentimento de “vergonha”.

Esta é a segunda visita ao papa argentino, após a realizada em junho de 2018, e acontece depois que uma comissão independente denunciou em outubro mais de 216.000 casos de abuso sexual de menores cometidos por religiosos dentro da Igreja na França entre 1950 e 2020.

No entanto, o assunto não foi mencionado na nota oficial divulgada pelo Vaticano no final da reunião.

“Durante as cordiais conversas (…) foram sublinhadas as boas relações bilaterais existentes, pelas quais se celebrou recentemente o centenário”, afirmou a breve declaração da Santa Sé.

“Falar com o papa, trocar opiniões sobre várias questões internacionais, é extremamente importante”, disse Macron à imprensa pouco antes da reunião.

O Vaticano confirmou em comunicado oficial que durante a reunião foram abordadas questões de “caráter internacional, entre elas a proteção do meio ambiente após os resultados da recente conferência sobre mudanças climáticas de Glasgow COP26”.

“Também falaram sobre a visão e perspectivas francesas ao assumir a presidência da União Europeia, bem como o compromisso da França no Líbano, Oriente Médio e África”, afirma a breve nota.

O comunicado não menciona se falaram especificamente sobre a questão da migração, uma prioridade do pontífice, especialmente depois da recente tragédia ocorrida na quarta-feira no Canal da Mancha com a morte de 27 migrantes que tentavam chegar à costa da Inglaterra em um barco inflável do território francês.

No final da reunião, Macron deu ao pontífice, um jesuíta, duas biografias de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus.

Com a visita ao papa, cinco meses antes das eleições presidenciais, Macron, que quer ser reeleito, busca se aproximar do eleitorado católico após as tensões surgidas após a aprovação da lei de bioética. Com informações de IstoÉ.

#Vaticano #PapaFrancisco #EmmanuelMacron #PresidenteDaFrança #Mundo #Católicos #Crise #IgrejaCatólica #Internacional

Artigo anteriorMilan anuncia renovação com técnico Pioli até junho de 2023
Próximo artigoPrefeitura inicia programação artística do ‘Natal das Águas’ e movimenta economia de Manaus