O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recuou e afirmou que não vai falar de países que compram madeira ilegal do Brasil. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, na quinta-feira (19/11), o presidente apontou que empresas de outros países estão envolvidas no comércio ilegal de madeira extraída da Amazônia, mas não revelou quais. Bolsonaro, no entanto, voltou a criticar indígenas, sem apresentar provas. Segundo ele, tem índio que acaba trocando toras de madeira por uma Coca-Cola.

Durante a reunião da cúpula de líderes dos países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia China e África do Sul), na terça-feira (17/11), Bolsonaro aformou que a Polícia Federal desenvolveu tecnologia para identificar a origem brasileira da madeira exportada ilegalmente para o exterior e que iria divulgar a lista desses países – o que acabou náo fazendo nesta quinta.

“O assunto hoje aqui basicamente vai se resumir na questão de exploração de madeira legal e ilegal – e quais empresas de quais países é que importam essa madeira nossa. A gente não vai acusar nenhum país aqui de cometer nenhum crime ou ser conivente de um crime, mas empresas que poderiam estar nos ajudando a combater esse ilícito, que interessa para nós qualquer ajuda nesse sentido”, disse o presidente.

“O que querem é que esses países venham a colaborar conosco”, disse o presidente, que reclamou das críticas no plano ambiental.

Ao falar dos problemas de desmatamento, o presidente voltou a acusar índios. “Tem lugar onde o índio troca uma tora por uma Coca-Cola”, acusou o presidente.

“Existe o desmatamento ilega? Existe. Eu acho que existe até, Saraiva, alguns locais em o que índio troca uma tora por uma Coca-Cola ou uma cerveja. Acontece isso?”, perguntou ao delegado Alexandre Saraiva, superintendente da Policia Federal no Amazonas.

O delegado, por sua vez, não confirmou a informação do presidente. Ele disse que já houve casos de troca de madeira por “valores pífios”. “Já aconteceu da madeira em terra indígena ser negociada por valores pífios, na terra indígena e por indígenas. Existe isso”, respondeu. Com informações de Metrópoles.

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