Gazeta Esportiva – Há exatos 50 anos, no dia 19 de novembro de 1969, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, escrevia mais um belo capítulo de sua história. Na partida contra o Vasco, no Maracanã, o Rei do Futebol venceu o goleiro Andrada em cobrança de pênalti, garantiu a vitória do Santos por 2 a 1 e marcou aquele que é festejado como milésimo gol de sua carreira.

Na ocasião, o Rio de Janeiro já vivia a expectativa por mais um feito do então bicampeão mundial. Nem mesmo as chuvas que atingiram a cidade naquele dia impediram que 65.157 pessoas fossem ao templo do futebol brasileiro assistir a um jogo que não valia maiores alterações na tabela de classificação da Taça Roberto Gomes Pedrosa.

Mais do que a partida em si, os presentes foram ver e homenagear Pelé, tanto é que antes de a bola rolar um dos vestiários recebeu uma placa em referência à pintura feita pelo Rei diante do Fluminense em 1961, feito que serviu de inspiração para a criação do termo “gol de placa”.

Em um jogo duro, o empate persistiu até a reta final do segundo tempo, quando Pelé foi acionado por Clodoaldo e acabou derrubado na área. Após muita confusão, o Rei do Futebol bateu a cobrança de pênalti, superou o goleiro Andrada e cravou seu milésimo gol na carreira. Nesse momento, repórteres e fotógrafos do mundo inteiro invadiram o gramado e foram em direção ao Atleta do Século.

“Quero que pensem no Natal, querem que pensem em nossas criancinhas. E faço um apelo para que nunca se esqueçam das crianças pobres, dos necessitados e das casas de caridade”, dedicou Pelé no meio da multidão de pessoas que o cercava.

Apesar de Pelé festejar o quinquagésimo aniversário do milésimo gol nesta terça-feira, o jornal A Gazeta Esportiva noticiou na época que, na verdade, o histórico tento foi marcado alguns dias antes, no Recife. Pelas estatísticas da publicação, o Atleta do Século atingiu a expressiva marca na goleada por 4 a 0 do Peixe sobre o Santa Cruz.

Capa da Gazeta Esportiva ( Foto: Acervo/Gazeta Press)

Existe a divergência porque o craque não levou em conta três gols que entraram nas estatísticas de A Gazeta Esportiva. Já pelos cálculos do Rei, a festa ficou para o Maracanã. No fim do jogo, Pelé deu a volta olímpica no estádio, com torcedores vascaínos aplaudindo, e vestindo uma camisa com o número 1.000, fazendo alusão ao momento que ficaria marcado para a história. Após o gol de Pelé, o jogo se tornou apenas um pretexto para que a comemoração continuasse pelo máximo de tempo possível.

Em sua impecável e magistral carreira, Pelé fez história com três camisas: Santos, Cosmos e Seleção Brasileira. Pelo Peixe, foram mais de 1100 jogos, com impressionantes 1091 gols, uma média de aproximadamente um gol por partida. Já no Brasil, foram 95 gols, se tornando o maior artilheiro da história do nosso país, marca que até hoje jamais foi quebrada. O craque acabou encerrando a carreira no futebol dos Estados Unidos, pelo Cosmos.

Milésimo gol de Pelé foi há 50 anos, no Maracanã, contra o Vasco Foto: Arquivo

Nesta terça-feira, o programa Gazeta Esportiva, da TV Gazeta, exibe uma entrevista exclusiva com Pelé a partir das 18 horas (de Brasília).

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