Por mais de um ano lidando com todas as turbulências geradas pela pandemia, o avanço da vacinação em todo o país enfim pode trazer um horizonte otimista para a maior parte das escolas privadas. A gradual redução das restrições de circulação às redes de ensino passa a ser debatida mais intensamente entre pais, professores e alunos no segundo semestre de 2021.

Estimativas feitas pelo Grupo Rabbit – maior consultoria de gestão educacional da América Latina – com 600 instituições privadas de ensino brasileiras apontam que, com a retomada das aulas presenciais e a melhora da economia, o retorno de alunos que ficaram fora da escola durante todo o período pandêmico vai movimentar o mercado, como esclarece Christian Coelho, CEO do grupo.

“Muitos alunos saíram no ano passado devido à impossibilidade da realização das aulas presenciais e por questões econômicas, como a redução de salário e perda de emprego. Com a retomada das aulas e a melhora da economia, existe uma grande chance desses alunos retornarem, pois a maioria não conseguiu ingressar na rede pública”, explica.

Após o período das férias de julho, dependendo do nível de satisfação, as famílias começam a pensar na permanência ou não dos seus filhos nas escolas. É nesse momento que as instituições precisam pensar no seu planejamento. Segundo Coelho, esse fenômeno vai acontecer até o final do ano, indo na contramão dos últimos anos, em que a alta sazonalidade ia até meados de setembro.

Ele conta que agora elas precisarão dedicar seus esforços no tripé que vai ditar as regras do mercado nos próximos meses, se quiserem voltar a crescer: política de mensalidades, gestão de matrículas e redução da inadimplência. “O sucesso das renegociações nas mensalidades escolares foi ponto chave para que o mercado educacional não definhasse de vez com a crise, no entanto, à medida em que a melhora da economia e a volta das aulas presenciais se tornarem mais presentes no cotidiano de todos, muitas escolas podem começar a diminuir essa política de descontos”.

Coelho afirma que as escolas ainda irão se deparar com um “forte sentimento de recusa em normalizar os seus valores das mensalidades.” Uma das alternativas sugeridas por ele é conceder um benefício aos pais em troca do pagamento integral da mensalidade. “Pode ser a troca da mensalidade por atividades extras sem custos; descontos no material didático; ganho do uniforme; isenção da taxa de eventos; desconto por desempenho do aluno; essas são algumas estratégias eficazes para manter o aluno”, diz.

Por isso, as instituições precisam pensar em uma nova política de mensalidades, que deve levar em conta dois fatores: a inflação e a primeira parcela da anuidade. Estimativas feitas pelas escolas entrevistadas projetam o índice de inflação em cerca 5,40% até o fim do ano. Dessa forma, o CEO explica que os reajustes deverão ficar entre 8% e 10%. “O valor da anuidade para o ano seguinte é igual à última parcela do ano anterior, mais a composição do aumento salarial dos colaboradores, a inflação e o repasse dos investimentos, como os protocolos de segurança e tecnologia”.

Já para a primeira parcela da anuidade, o estudo aponta que a tendência das instituições será praticar algo em torno de 30% de desconto, seguindo a média dos últimos anos. Essa prática, no entanto, alerta Coelho, precisa ser feita com transparência com as famílias, para não gerar interpretações equivocadas. Ele explica que muitas escolas cobram na matrícula um valor menor que nas demais mensalidades, podendo deixar implícito às famílias de que aquele é o valor total da mensalidade.

O otimismo com a retomada da economia pode ser benéfico para o mercado educacional começar a se recuperar das perdas da pandemia. Para além da expectativa de procura das famílias, as escolas precisaram se planejar para manter um relacionamento recíproco com toda a comunidade, mesmo para os alunos inadimplentes. Caso isso não tenha ocorrido, agora é o momento certo para iniciar esse trabalho e superar as dificuldades.

Sobre o Grupo Rabbit: é a maior consultoria em gestão educacional da América Latina, que auxilia instituições de ensino em todo o Brasil. Ao todo, mais de 1,5 mil escolas são associadas ao grupo, e dispõem de apoio a processos de recursos humanos, pesquisa, comercial, marketing, jurídico, financeiro, atendimento e propaganda, entre as principais soluções. A Rabbit tem como CEO Christian Coelho, especialista em andragogia e membro do União Pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte.

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