A líder indígena Sonia Guajajara foi intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento, como representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em inquérito provocado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) por causa da websérie Maracá.

“O órgão cuja missão institucional é proteger e promover os direitos dos povos do Brasil acusa a Apib de difamar o governo federal com a websérie Maracá”, afirma a entidade, em nota.

Lançada em 2020, a websérie denunciou violações de direitos cometidas contra os povos indígenas na pandemia da Covid-19. Denúncias que também feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Os discursos carregados de racismo e ódio do governo federal estimulam violações contra nossas comunidades e paralisa as ações do Estado que deveriam promover assistência, proteção e garantias de direitos”, destaca a nota.

“E agora, o governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar as violações de direitos humanos. Atualmente, mais da metade dos povos indígenas foi diretamente atingida pela Covid-19, com mais de 53 mil casos confirmados e 1.059 mortos”, acrescenta o documento.

“A perseguição desse governo é inaceitável e absurda! Eles não nos calarão!”, escreveu a líder indígena.

A reportagem entrou em contato com a Funai e com a PF, mas não obteve respostas até a publicação desta matéria.

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