Uma universitária de 23 anos foi torturada e ameaçada de morte durante duas semanas pelo companheiro, um policial militar de 43 anos, no imóvel onde viviam, no Rio de Janeiro. Daniel Glendmann foi preso depois de uma amiga de Fernanda encontrá-la caída e ensanguentada na residência do casal. Por pouco, a estudante não foi vítima de feminicídio. A informação é do jornal O Globo.

Após ser detido, o homem ordenou que amigos de farda ameaçassem a companheira e parentes. Algumas testemunhas do caso mudaram de estado.

A jovem se relacionou com o PM durante sete anos. Alguns meses após o início do relacionamento, o militar teria começado a praticar violência moral, psicológica e física. No começo do ano, a mulher decidiu se separar e ir morar no Espírito Santo.

A reviravolta veio quando Glendmann disse que “estava mudado e queria reatar o relacionamento”. Acreditando no ex-companheiro, a universitária deu nova chance ao militar.

Segundo a Polícia Civil, quando Fernanda chegou em casa, o suspeito retirou o celular dela e pegou as senhas das redes sociais. Ao se passar pela mulher, Daniel descobriu no dia 4 de setembro que a companheira havia se relacionado com duas pessoas no tempo em que eles estiveram separados.

“No último dia, ele me acordou por volta de 12h me dando porrada na perna. Eu perguntei a ele o que estava acontecendo. Ele falou para eu lavar o rosto e sentar na cama. Ele estava transformado. Ele chegou perto do meu rosto e pediu para eu falar o que eu fiz na época em que estávamos separados. Ele me mostrou uma foto que eu postei quando estava solteira e cada curtida da foto, era uma porrada que ele me dava”, relatou a jovem.

O PM decidiu castigar a vítima. Mesmo com a estudante dizendo que os casos foram anteriores à retomada da relação, o policial insistia em dizer que estava sendo enganado e, por isso, agredia a parceira para “saber a verdade”.

A amiga que encontrou Fernanda relatou a situação. “Ela chegou aqui dopada e toda ensanguentada. Não falava coisa com coisa. Eu, pessoalmente, a levei ao Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. Ela ficou internada de um dia para o outro”, informou.

Em depoimento, a vítima contou que tinha de “apanhar calada”. “Se revidasse, ele batia mais”, lembrou Fernanda.

O policial está preso. Segundo investigações da corporação, ele já havia sido detido em 2009 por agredir a ex-mulher.

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