O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta quarta-feira (28/7), que “o povo vai reagir” se o país não tiver “uma eleição democrática” no pleito do próximo ano.

O chefe do Executivo fazia referência ao voto impresso, modelo que vem defendendo sob o argumento de que o atual sistema eleitoral, mediante o uso de urnas eletrônicas, permite fraude. A declaração foi feita a apoiadores, no Palácio da Alvorada. A conversa foi transmitida por um canal simpatizante do governo.

“Olha, o povo vai reagir em 22 se não tivermos uma eleição democrática. Todos nós queremos eleições. […] Temos que ter transparência. Me acusavam de ser ditador, mas estou demonstrando exatamente o contrário. Vai ganhar eleições quem tem voto. Se não for dessa maneira, poderemos ter problema em 22 e eu não quero problema”, declarou o presidente.

De acordo com um levantamento feito pelo Metrópoles, publicado no último sábado (24/7), Bolsonaro falou em “fraude” ao menos 90 vezes, entre 6 de maio e a última sexta-feira, 23 de julho. O mandatário da República, no entanto, nunca apresentou provas quanto às acusações. A reportagem considerou todas as declarações do presidente em discursos oficiais, entrevistas à imprensa, lives semanais e conversas com apoiadores no Palácio da Alvorada.

Ao defender o voto impresso, o chefe do Executivo também já afirmou, nos últimos meses, que o seu lado “pode não aceitar o resultado” do pleito do próximo ano e que o Brasil terá “eleições limpas” ou “não terá eleição”.

Apresentação de provas de fraude

A primeira vez em que Jair Bolsonaro prometeu que iria expor provas de fraudes nas eleições, contudo, foi em 9 de março de 2020 – há mais de 500 dias.

Para esta quinta-feira (29/7), o presidente anunciou que fará uma “apresentação bombástica” para demonstrar “inconsistências” e “vulnerabilidades” das urnas eletrônicas.

Segundo Bolsonaro, serão indicadas provas de que houve fraude nas eleições de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) disputaram o segundo turno. Na ocasião, as urnas constataram que a petista foi eleita com 54,5 milhões de votos, contra 51 milhões do tucano.

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