Duas unidades de ensino da Prefeitura de Manaus garantiram o acesso para feiras internacionais em 2020. A escola municipal Paula Aliomar vai participar da “Feria Científica y Tecnológica” (Fecimar), no Paraguai, enquanto a de educação especial André Vidal de Araújo da “Copa Science”, do México. Uma curiosidade é que uma das escolas municipais está localizada no Tarumã Açu, rio Negro, zona rural, enquanto a outra atende, exclusivamente, alunos da educação especial, que competiram com estudantes do ensino regular, pois não havia categoria Educação Especial.

Segundo a titular da Secretária Municipal de Educação (Semed), Kátia Schweicardt, as credenciais foram conquistadas após apresentação na “Feira de Ciências e Engenharia do Amapá” (Feceap), que contou com 59 projetos do Amazonas, Pará, Pernambuco, México e do Estado que sediou o evento.

“A gente fica muito feliz em ver nossos alunos brilharem, se destacarem por meio da educação. É uma conquista deles, mas também da gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto, que promoveu uma verdadeira revolução na educação básica de Manaus e que hoje está entre as dez de todo país com melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Ideb”, destacou Kátia.

No Amapá, a escola Paula Aliomar ficou em segundo lugar na categoria de Ciências Humanas, com o projeto “Eu leitor, ouvinte autor”. E a André Araújo garantiu a terceira colocação com o projeto “Riqueza dos pontos turísticos de Manaus no mundo da matemática”.

“Os dois projetos fazem parte do Programa Ciência na Escola, o PCE, do ano de 2018. Ano passado eles também participaram da Feira de Ciências da Amazônia, onde ganharam credenciais para a Feceap”, explicou o coordenador do PCE na Semed, Rosivaldo Moreira.

O aluno da escola municipal de educação especial André Araújo Washington Teles, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), falou sobre a participação da escola na Feira do Amapá. “Os três dias no Amapá foram muito bons e nós vamos para o México porque ficamos em terceiro lugar. Como a professora sempre fala, mesmo que não ganhássemos nada, pelo menos participamos. Essa feira de ciências foi muito importante, porque fomos aprendendo devagar, falando e terminamos assim”, comentou.

Além dos prêmios, os projetos apresentam oportunidades para os alunos, como é o caso de Evelim Lopes, que é da etnia Tuyuka, e participou da feira com o projeto “Eu leitor, ouvinte autor”, que abordou a temática indígena. Antes da participação na feira, ela nunca tinha viajado de avião ou saído do Estado.

“Quando a professora me chamou, eu não fazia ideia de onde estava me metendo. Foi muito bom conhecer novos projetos, superinteressantes, inclusive. Pensávamos que tínhamos chance de alguma premiação, mas não achamos que conseguiríamos a credencial. Até agora não captei direito essa ida para o Paraguai. Esse projeto me deu mais confiança para continuar a vida nos estudos”, comemorou a aluna.

Para Maria Lilian Lopes, 43, mãe de Evelim, a filha recebeu uma ótima oportunidade, fruto do esforço dela, que foi reconhecido pelos professores. “O irmão dela sempre fala para eu ter orgulho dela, porque é muito inteligente. Ela é uma menina muito boa e tem muitos professores que querem ajudar por isso. Ela tem que ir, porque isso pode garantir um excelente futuro para ela”, concluiu.

PCE

Os dois projetos premiados fazem parte do Programa Ciência na Escola de 2018. Com a maior abertura da parceira Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), mais projetos da Semed foram aprovados. Em 2018 foram 86, em 2019 foram 110. O coordenador do PCE apontou que o crescimento não se deu apenas em quantidade, mas em qualidade também.

“Esse salto se deu porque os professores notaram que a pesquisa e a iniciação científica são importantes para os alunos e para o fazer pedagógico. E a qualidade desses projetos é alta porque atendem as necessidades dos alunos em sala de aula e também as questões sociais do redor da escola”, finalizou Rosivaldo Moreira.

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