A Prefeitura de Manaus e o Instituto Soka Amazônia realizaram na noite da quarta-feira,  23/9, a primeira ação noturna de coleta de sementes da espécie em alguns dos ipês brancos do canteiro central da avenida Djalma Batista, na zona Centro-Sul. A atividade, que tem o objetivo de incrementar o cultivo de mudas de ipês, teve também o apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar.

A ação é a primeira realizada em parceria e atendeu uma solicitação feita à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) pelo Instituto Soka Amazônia. “A intenção é fortalecer  parcerias em favor de projetos de arborização que possam vir a ser desenvolvidos no futuro, em consonância com o que a Prefeitura de Manaus, por meio da Semmas e da Comissão Especial de Paisagismo e Urbanismo, já estão fazendo na cidade, onde o ipê tem um papel de destaque”, afirmou o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade,  Antonio Nelson de Oliveira Júnior.

Após a floração, que acontece comumente no mês de setembro, os ipês fornecem à natureza a matéria-prima necessária para a produção de mudas da espécie: as sementes. Elas estão presentes nas vagens que surgem nas pontas dos galhos a partir da polinização das flores e garantem o ciclo reprodutivo das árvores.

De acordo com o engenheiro ambiental Rodrigo Izumi, coordenador de Projetos do Instituto Soka Amazônia, cada vagem é capaz de fornecer de 70 a 120 sementes. “As árvores encontram-se em um estágio ideal para a coleta, embora apresentem um certo grau de dificuldade para a execução da coleta no meio urbano em função da altura”, afirmou. Dispersas na floresta, as sementes dão origem a novas árvores ao caírem naturalmente no solo. Porém, na cidade,  ocorre geralmente um desperdício do material tendo em vista a presença predominante de asfalto.

“Aqui (na Djalma), elas estão a uma altura de, aproximadamente, seis metros e é preciso ter todo cuidado na hora de fazer a coleta porque se dissipam facilmente”, mencionou. Segundo Izumi, as sementes serão levadas ao viveiro do instituto e, em aproximadamente duas semanas, começam a germinar. Depois de quatro meses estarão aptas ao plantio. “Nosso objetivo é termos um banco de mudas para desenvolvermos projetos de arborização em todo o Estado”, afirmou, lembrando que a espécie é natural do Cerrado brasileiro,  tendo variáveis que se adaptaram muito bem ao bioma amazônico.

O diretor de Arborização e Sustentabilidade da Semmas, Deyvson Braga, apontou que uma parte das sementes coletadas será utilizada na produção de mudas no Centro de Produção de Mudas da Semmas.  “Apesar de não ser uma espécie endêmica da Amazônia, o ipê se adaptou bem ao nosso clima e, atualmente, faz parte da arborização urbana de Manaus, tornando-se uma atração à parte no período de floração que ocorre anualmente”, destacou o diretor.

A Prefeitura de Manaus,  por meio do programa Arboriza Manaus,  desenvolvido pela Semmas,  com apoio da Comissão Especial de Paisagismo e Urbanismo, presidida pela primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro, realizou o plantio de aproximadamente 6 mil árvores de ipês, pulverizados pela cidade.

Segundo Deyvson,  a operação de coleta aconteceu à noite por conta do trânsito no corredor viário da Djalma Batista. O Instituto Soka Amazônia já é parceiro da Prefeitura de Manaus, juntamente com o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), no projeto Sementes da Vida, que consistiu na doação de muda e plantio de árvores para cada bebê nascido na maternidade Moura Tapajós.

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