Durante a sessão do plenário do Senado, na noite da terça-feira (22/09), Eduardo Braga (MDB/AM) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro sempre defendeu a Zona Franca de Manaus (ZFM), mas precisa chamar atenção da sua equipe econômica, que insiste em fragilizar o modelo de desenvolvimento regional.

“Toda vez em que a equipe econômica fala em corte de subsídio, já se refere à Zona Franca de Manaus, que é o maior programa de conservação ambiental do mundo”, disse Eduardo, que alertou para os efeitos negativos da Medida Provisória 973/20, aprovada na noite desta terça pela Câmara dos Deputados. A matéria, que ainda será apreciada pelos senadores, dispensa as empresas em Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) de cumprir o percentual mínimo de 80% da receita bruta vinculado à exportação. “Para acabar conosco num momento em que o meio ambiente, o bioma amazônico e o bioma do Pantanal estão sob ataque”, declarou o parlamentar em aparte às manifestações do senador Plínio Valério (PSDB/AM).

Diante dos demais colegas da Casa, Eduardo reiterou a relevância da ZFM para garantir a sobrevivência dos amazonenses, a conservação da biodiversidade amazônica e o equilíbrio do clima global. “Quatro milhões de brasileiros, que é o número de habitantes do Amazonas, não morreriam de fome para deixar a floresta em pé”, salientou. “Temos que acabar com a mentira e a falácia dos que contestam a ZFM. Poucos aqui levantam a voz para defender esse modelo de desenvolvimento regional como o responsável por salvar a floresta.”

Ele lembrou que a população do Amazonas acata uma série de restrições para justamente manter a integridade da flora e da fauna amazônicas. “O Pará tem pecuária e mineração. No Amazonas é proibido de ter isso tudo. Nós somos proibidos! Nós não temos pecuária, nós não temos agronegócio, não nos é permitido sequer explorar a riqueza que Deus nos deu!”

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