O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, entrou com uma ação civil pública contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O processo foi protocolado nesta quarta-feira (13/10), e distribuído à 14ª Vara Federal Cível de Brasília.

Lupi pediu à Justiça Federal uma investigação sobre as offshores de Guedes e Campos Neto em paraísos fiscais. O caso foi revelado pela Pandora Papers, colaboração jornalística coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e da qual o Metrópoles faz parte.

Advogado nacional do PDT, Walber Agra, disse à coluna Grande Angular haver indícios de “dano ao erário e conflito de interesse”. “Guedes tinha informações privilegiadas e informações altamente sensíveis, como a variação da taxa de juro que impacta sobre o câmbio. Isso é o mínimo”, afirmou.

O PDT também entrou com um processo no Supremo Tribunal Federal (STF). Agra disse que, no Supremo, a ação trata de possíveis ilícitos penais.

Na semana passada, o STF arquivou dois pedidos, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e de um grupo encabeçado pela Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, para que fosse solicitada à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma investigação sobre as offshores.

No último sábado (9/10), a defesa do ministro da Economia, realizada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, afirmou que o arquivamento é “demonstração inequívoca de que não há ilegalidade” nos negócios de Guedes.

A nota reitera que Guedes não se beneficiou do cargo no governo federal e que ele está afastado da administração do negócio.

A coluna entrou em contato com as assessorias do Ministério da Economia e do Banco Central sobre a ação civil pública do PDT. O Banco Central disse que não comentará o assunto. A reportagem aguarda retorno do ministério. (Metrópoles)

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