A professora da rede municipal de ensino da Prefeitura de Manaus, Waslany Bittencourt, transformou a tese de doutorado sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) em livro com o título “TEA, Inclusão e Mediação Pedagógica”. Na obra, a educadora, que atua desde 2007 no Centro Municipal de Educação Especial (CMEE) André Vidal de Araújo, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), detalha como ocorre a atuação do professor do ensino regular no processo de inclusão escolar dos alunos com o transtorno, especificando o papel da mediação pedagógica na aprendizagem e efetivação da inclusão dos estudantes autistas.

O estudo surgiu a partir do trabalho que a professora realiza no CMEE, por meio dos programas de Estimulação Essencial (PEE), Estimulação da Aprendizagem (PEA) e Programa de Atividades Adaptadas e Reeducação Comportamental (PAARC). As ações são desenvolvidas na unidade com uma equipe multiprofissional de educadores físicos, psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.

”Para a tese de doutorado, levei em consideração alguns questionamentos relacionados à inclusão escolar de alunos com deficiência nas escolas de Manaus e usei como exemplo quatro estudantes que em 2017 tinham 3 anos de idade e faziam parte do PAARC. Em 2018, eles começaram a frequentar o ensino regular e esse ponto me estimulou a entender como ocorre a inclusão em sala de aula”, explicou a pesquisadora.

Resultados

A diretora do CMEE, Reni Formiga, aponta que o livro será mais uma ferramenta que a equipe multiprofissional terá para usar. Ela afirma que a mediação é um trabalho muito importante para a Semed.

“A Semed tem uma grande preocupação em atender essa necessidade dos nossos alunos, que é a mediação. Por isso, estamos sempre fazendo formações para aperfeiçoar esse atendimento. Além da mediação, nas escolas as crianças frequentam as salas de recurso no contra turno, porque todo aluno incluso precisa da sala de recursos para trabalhar as habilidades não adquiridas de forma individual. Esse o diferencial na rede municipal, que fortalece o processo de inclusão”, pontuou Reni.

Joyce Lima, mãe do aluno Carlos Eduardo, do 2º ano, conta que a mediação ajudou o filho dela a interagir melhor com os colegas e a aceitar as atividades propostas pela aula regular.

“Sem a mediação ele ficava andando pela sala, brincando, mas não tinha interesse pela parte didática da escola. Então a mediadora adapta essas atividades que a professora passa para as outras crianças de uma forma que ele compreenda e que tenha interesse em desenvolver a atividade. A mediação veio atender a uma necessidade indispensável para que ele pudesse desenvolver e para que tenha vontade de ficar na sala”, disse Joyce, que também deu detalhes sobre a importância da inclusão.

“Quando a gente tem um filho especial, trabalhamos para que ele viva o máximo possível dentro da normalidade porque vai ter que se adequar a esse mundo e não o mundo que vai se adequar a ele”, finalizou.

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