“Ouvir é essencial. Escutar é uma arte”. Essa é a lição que consta logo no prefácio do livro “As Três Orelhas”, produzido pela professora e fonoaudióloga da Prefeitura de Manaus, Mariana Pedrett, que também é responsável pelo Programa de Reabilitação Auditiva para Crianças Usuárias de Implante Coclear (PIC), da Secretaria Municipal de Educação (Semed).

Na publicação, que será doada a alunos que fazem parte do PIC, Mariana busca despertar a atenção das crianças, para o funcionamento da audição com informações sobre anatomia, fisiologia e cuidados, para não prejudicar o sistema sensorial. As crianças não só poderão aprender e conhecer, como cuidarão mais da saúde auditiva.

“O narrador é um menino, uma criança que conta uma história sobre suas observações do mundo dos sons ao seu redor e o impacto que eles têm na sua rotina diária. Fala ainda sobre um primo dele, Carlinhos, que precisou fazer implante coclear, porque perdeu a audição”, explica a professora, que terá o livro lançado pela Valer, já estando em pré-venda no site da editora.

Para a subsecretária de Gestão Educacional, Euzeni Araújo, o livro reflete o trabalho desenvolvido de forma comprometida no Centro Municipal de Educação Especial André Vidal de Araújo. “A obra trata da saúde auditiva de forma lúdica e contextualizada e vai contribuir sensivelmente para a educação, indo ao encontro da missão da Semed, de garantir o aprendizado a todos e todas de forma inclusiva, como diz o prefeito Arthur Virgílio Neto ao tratar da educação em sua gestão”, aponta a gestora.

Mariana conta ainda que a ideia da elaboração desse livro surgiu no início da pandemia da Covid-19. “Quando nos afastamos dos atendimentos presenciais e ficamos apenas nos atendimentos a distância, nasceu a ideia de escrever essa obra para crianças com a temática da audição”, completou.

Sequência

Uma sequência para o livro “As Três orelhas” já está sendo planejada e acompanhará o menino Carlinhos, primo do menino protagonista do primeiro livro, que possui o implante coclear, e permitirá aos leitores conhecer essa condição específica relacionada à saúde auditiva. Mariana, que há oito anos trabalha com o PIC na rede municipal, diz que o caminho traçado no primeiro livro foi feito para ambientar as crianças em relação à questão auditiva e que o próximo exemplar abordará especificamente sobre as crianças que possuem o implante.

“O PIC nasceu em 2012 e estamos completando oito anos de funcionamento. Nossas crianças estão nas escolas municipais, mas aos poucos fomos percebendo que os professores sabiam lidar com libras, mas não sabiam lidar com crianças que receberam o implante e passaram a ouvir. Aí entra o PIC, que funciona com uma equipe multidisciplinar, composta por fonoaudiólogo, que é um reabilitador capacitado para isso. Psicólogo, para orientar as famílias em relação às expectativas de fala, e um profissional da psicopedagogia para auxiliar o processo de alfabetização”, pontuou.

Atendimento remoto

Durante a pandemia, o atendimento do PIC foi realizado de forma remota, com apoio do Conselho Regional de Fonoaudiologia (Crefono9), por meio da plataforma Google Meet.

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