Com o tema “As Abayomis nas asas da BNCC: Pertencimento, identidade e a diversidade dos saberes afro-brasileiro”, a Prefeitura de Manaus realizou na noite de quarta-feira, 27/11, a 3ª edição da Noite Africana, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), em parceria com o Fundo Manaus Solidária. A atividade aconteceu no Parque Municipal do Idoso, localizado no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul da cidade. Gestores escolares, pedagogos, assessores pedagógicos, formadores, professores, além de alunos e convidados prestigiaram a programação.

A secretária municipal de educação, Kátia Schweickardt, prestigiou o evento e disse que ficou encantada com a organização e com as apresentações que exaltaram a cultura negra. “O trabalho realizado pelas escolas foi muito bem elaborado e reforçou que é preciso sensibilizar a sociedade sobre a importância da cultura africana na construção da história do Brasil. Todos que participaram estão de parabéns por realizarem esse trabalho que mostra que com educação, arte e cultura é possível vencer o racismo, a discriminação e qualquer tipo de preconceito”, afirmou a secretária.

O evento teve a pretensão de visibilizar, divulgar e produzir conhecimentos, novas atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto a riqueza das diversidades que existem no mundo. Além de estimular o respeito aos direitos e a valorização da identidade do outro, bem como a valorização das raízes africanas da nação brasileira, menosprezadas muitas vezes durante séculos, como também promover o reconhecimento da historicidade e da cultura dos afro-brasileiros.

Participando do evento pela segunda vez, o Fundo Manaus Solidária levou à edição desse ano a conscientização por meio de folhetos educativos que foram entregues aos presentes. A iniciativa dá continuidade às ações realizadas em alusão ao Mês da Consciência Negra, e busca fortalecer o vínculo do Fundo Manaus com a proteção dos direitos humanos, um de seus alicerces.

Segundo a assessora de história e diversidade da Semed, Lídia Helena Oliveira, a iniciativa também teve a intenção de oportunizar um espaço de socialização, com apresentações e exposições de ações e projetos, sobre a temática “Africanidades”, realizadas ao longo deste ano nas 499 escolas de Manaus. E ainda fortalecer o trabalho de implementação da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira, propondo assim que as escolas de todo Brasil trabalhem, na sua proposta curricular, a história e cultura africana.

“A noite africana não é uma atividade pontual, ela simboliza a culminância de todas as ações que são desenvolvidas por nossas escolas ao longo do ano. Isso quer dizer que não foi criada apenas para celebrar o dia 20 de novembro, o dia da consciência negra, mas sim, para demonstrar o resultado do trabalho de nossas escolas. E este ano, em especial, voltamos a temática para BNCC, porque tivemos a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que é um documento norteador que todas as instituições de ensino vão ter que se adequar e porque com desdobramento da BNCC haverá reformulação da proposta curricular da Semed”, explicou Lídia.

A programação contou com exposições de painéis, bonecas africanas, Aba-yomis e banners autoexplicativos, além disso, houve apresentações culturais de escolas da rede municipal de ensino e da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (Seduc) e Movimentos Sociais.

Umas das unidades que abrilhantou a atividade com projeto executado em 2019, foi a escola municipal Antônio Matias Fernandes, localizada no bairro da União, zona Centro-Sul, que apresentou o projeto “África de todo nós”, com 240 alunos do 6º ao 9º anos do ensino fundamental, de forma interdisciplinar. Segundo a pedagoga da unidade, Cláudia Fiaro, com a discussão gerada na escola durante a execução do projeto houve uma mudança de comportamento dos alunos.

“O trabalho realizado sobre as africanidades e a influência da cultura Negra para a população, principalmente do bairro da União, vem de encontro com os princípios norteadores da educação. Quando foi construído o trabalho pela professora foi inserida a discussão sobre a importância da cultura, de nossas origens e das nossas semelhanças. O resultado percebido foi redução de intimidação por causas de diferença física e cultural entre os alunos”, disse.

Durante a ação teve ainda entrega de troféus às escolas que participaram das exposições e das apresentações culturais.

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