A guerra interna do PSL entre bolsonaristas e bivaristas terá mais desdobramentos neste início de ano legislativo. A avaliação da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das principais defensoras de Jair Bolsonaro, é que a direção da legenda expulse ela e os deputados Carlos Jordy (PSL-RJ) e Filipe Barros (PSL-PR) nas próximas semanas.

A exclusão dos três nomes abre caminho para a ala bivarista emplacar a deputada Joice Hasselmann (SP) na liderança do partido.

“A gente sabe que para tirar o Eduardo Bolsonaro da liderança a única forma de conseguirem isso é a expulsão da gente [bolsonaristas], de alguns de nós, para voltar a ter maioria”, disse ao Congresso em Foco na sessão de abertura do Congresso nesta segunda-feira (3).

O vice-presidente nacional do PSL, deputado Júnior Bozzella (SP), citou os trâmites já abertos de punição contra os deputados que vão para o Aliança pelo Brasil.

“O processo ainda corre internamente e está sob avaliação do Conselho de Ética e depois será analisado pela Executiva Nacional e pelo Diretório Nacional do partido”.

De acordo com ele, o nome bivarista para liderança continua o mesmo: “está mantido a Joice como a gente terminou o ano, era a Joice como a expectativa de ser a líder do partido”.

No início de dezembro, o comando do PSL suspendeu Eduardo e outros 13 deputados. Os bolsonaristas, no entanto, conseguiram na Justiça suspender a decisão, o que permitiu a volta do filho do presidente à liderança, cargo que ele havia perdido para Joice.

Bolsonaro x PSL

Em novembro, o presidente Jair Bolsonaro e o seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro, assinaram carta de desfiliação do PSL.

O grupo político do presidente da República na Câmara dos Deputados também vai sair do partido para participar da fundação de uma nova legenda chamada de Aliança pelo Brasil. O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga e a advogada Karina Kufa são os responsáveis pela estratégia jurídica da criação da legenda em gestação.

A crise na sigla pela qual foi eleito o presidente da República foi destacada pelo Congresso em Foco em setembro de 2019, quando deputados revelaram ao site que a situação dentro do partido era de racha e possível debandada.

O clima piorou no dia 8 de outubro, quando Bolsonaro disse para um seguidor esquecer da sigla e que presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, está “queimado para caramba”.

Desde então, troca de farpas estão acontecendo dos dois lados. Bolsonaro e seus aliados têm sido mais ferrenhos; do outro, o presidente do partido, Luciano Bivar, e deputados que não fazem parte da ala mais bolsonarista. (Congresso em Foco)

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