Cuidar do meio ambiente e ainda gerar renda com os resíduos. Esse é um dos objetivos do curso de Coleta Seletiva e Reciclagem oferecido pela Prefeitura de Manaus aos segurados do município e público externo, que começou na segunda-feira, 10/6, na sede da Manaus Previdência, na avenida Constantino Nery, nº 2.480, bairro Chapada, zona Centro-Sul.

Conforme o professor e engenheiro ambiental Bruno Abreu, os resíduos ainda são materiais marginalizados pela sociedade, onde as pessoas ainda tendem somente a acompanhar as iniciativas governamentais, sem perceberem que elas mesmas podem se antecipar e tomarem atitudes, principalmente na área ambiental.

“Os grandes empresários já estão percebendo o valor dos recicláveis”, disse. “Mas, diante de algumas crises, percebe-se que a população está começando a acordar e caminhar nesse campo”, afirma o instrutor, que integra o quadro do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), parceira da Previdência na atividade.

Para garantir o despertar ou o aprimoramento para as possibilidades que oferece o mercado de recicláveis, o curso vai tratar desde a legislação sobre o assunto até a parte prática do tema.

Foi em busca de novos conhecimentos que a assistente social Denise Monteiro, 37, resolveu se matricular na atividade. Artesã de algumas peças que já estão, inclusive, gerando uma renda extra, Monteiro quer avançar mais nesse campo. “Tudo na minha casa eu reciclo. A partir desses materiais e mais alguns oriundos da floresta, que recebo do interior, enviados pela minha mãe, vou criando novas peças”, detalha.

“Minha expectativa nesta atividade oferecida pela Manaus Previdência é agregar novas técnicas à minha produção, que já exponho em algumas feiras para esse fim”, diz.

Bioinstrumentos

Na sala ao lado do curso de reciclagem, o reaproveitamento também foi tema da aula de canto coral desta segunda-feira. Convidado pelo maestro do grupo, Miler Miranda, para um bate-papo com os alunos, o poeta, cantor e compositor Celdo Braga apresentou o projeto de bioinstrumentos, a confecção de instrumentos musicais a partir de elementos da floresta ou de objetos do dia dia.

“O projeto já gerou oito itens confeccionados a partir de cuias, tubos de papelão descartáveis e outros elementos da natureza. A partir dessa proposta, criamos ou recriamos instrumentos que emitem essa sonoridade amazônica”, explicou.

Na demonstração de alguns desses objetos, Braga reproduziu o canto de pássaros e de sons da natureza, como a cadência da chuva e dos riachos. Para ele, o investimento em bioinstrumentos tornaria o Estado do Amazonas uma referência nacional no campo de produção de instrumentos com matéria-prima da floresta.

“Até hoje não vi algo semelhante, com alguma expressividade, em nenhum outro local”, lembra. “E temos uma fonte rica em material. Uma folhinha, um pedaço de plástico, tudo gera som. Em uma turma com alunos da área musical, eu e o Miller fizemos uma composição a partir de um som de um condicionador de ar. O utensílio foi aferido na nota ‘Lá’ e acompanhado de instrumentação de uma música que compusemos. Então, tudo é passível de ser incluído dentro da possibilidade sonora de uma composição”, exemplificou o compositor.

O curso de canto coral é realizado às segundas e quartas na sede da Manaus Previdência, em parceria com a Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI).

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