Este texto está dividido em duas partes. A primeira chama-se recordações e a segunda desejos. Recordação do ano que está terminando e desejos para o ano novo. 2021 foi de fato um ano complicado para os brasileiros. Um ano de pandemia, lockdown, fome, desemprego, miséria, corrupção, negacionismo, fantasia, mudo paralelo, distopia e mais de 600 mil mortos por Covid-19 no Brasil. Um tempo marcado pelos desafios mais imediatos provocados pelo coronavírus.  

Em virtude da pandemia, o provo brasileiro incorporou hábitos de higiene e isolamento social em sua vida e aprendeu a duras penas a seguir orientações das autoridades epidemiológicas como medidas preventivas para conter o avanço da doença. Enquanto isso, na contramão das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente do Brasil passou o ano inteiro realizando passeios públicos, motociatas, combatendo a ciência, defendendo a ideologia religiosa, além do uso de medicamentos cuja eficácia ainda não foi comprovada cientificamente. Decididamente, 2021 foi um ano perdido para os brasileiros. 

Não obstante a tudo isso, os meus desejos para o ano de 2022 são os melhores possíveis, pautados sempre pelo bem comum e nunca por interesses pessoais, mesquinhos e antiéticos. Em primeiro lugar, do ponto de vista religioso, espero que o povo brasileiro seja mais autêntico, tolerante e acolhedor. Que consiga ver na prática religiosa do outro uma forma de ligação entre o humano e o divino. Que as religiões sirvam para unir o povo e não para dividir. 

Em segundo lugar, do ponto de vista político, espero que o povo brasileiro tenha sabedoria para escolher melhor os seus representantes. Que todo eleitor\a saiba que a ação política dos governantes é que determina o sucesso ou fracasso de uma nação. Existem vários exemplos de países que estão em ruinas por causa de ações desastrosas de seus governantes. Você sabe quais são. Não cabe aqui citá-los. 

Para que o nosso país possa melhorar, crescer social e economicamente, precisamos aprender a votar. O primeiro passo é que, quando formos votar em 2022 para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual, avaliemos bem os candidatos, a vida pregressa de cada um deles, se é digno ou digna de nosso voto. 

Quando escolhemos bem os nossos candidatos, baseado sobretudo na vida pública do candidato\a ou se ele\ela defende apenas os próprios interesses e/ou dos grupos que o apoiam, estamos assim contribuindo grandemente para a construção de um país forte e soberano. 

Do ponto de vista esportivo, como eu sou botafoguense de coração, em primeiro lugar, espero que o meu time seja Campeão Brasileiro da Série A e que a Seleção Brasileira ganhe a Copa, trazendo para o país o sexto título de Campeão Mundial de Futebol. 

Que em 2022 a população brasileira continuei tomando às vacinas contra o Covid-19 para nos livrarmos de uma vez por todas desse maldito vírus e de todas as suas variantes. Desejo, também, que os médicos, os enfermeiros, os técnicos, os profissionais de saúde, sejam mais valorizados. 

Do ponto de vista científico, desejo que a Ciência seja, de fato, adota como único critério para as tomadas de decisões públicas e não as ideologias religiosas, como fazem muitos governantes. Quando os políticos brasileiros vão entender que fé é uma coisa e ideologia religiosa é outra coisa? 

Como professor, espero que o ano de 2022 seja um ano mais leve, com mais aulas presenciais, com mais ar nos pulmões de todos os colegas de profissão; que as escolas brasileiras sejam, de fato, um ambiente acolhedor, alegre e propagadoras do conhecimento científico e não das ideologias do poder dominante. 

Como cidadão, espero que o ano de 2022 seja um ano de mais fartura na mesa do trabalhador brasileiro, de mais oportunidades para todos; de trabalho, de mais vacina para todos, para as crianças, de saúde, de mesa farta, que os direitos fundamentais da pessoa humana sejam todos respeitados.  

Por fim, como cristão, desejo que todos os seres humanos, independentemente do credo, da cor da pele ou da orientação sexual possam andar livremente pelas ruas da cidade, sem que sofram preconceito racial, violência física ou psicologia. Que assim seja, amém!   

Luís Lemos é filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021.  

Para comprar o livro do professor Luís Lemos acesse o link: https://www.eviseu.com/pt/livros/2508/filhos-da-quarentena/  

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