O rei emérito da Espanha Juan Carlos, exilado em Abu Dhabi e objeto de várias investigações judiciais, pagou uma dívida fiscal de 4,4 milhões de euros (US$ 5,3 milhões) graças aos empréstimos de amigos, informa a imprensa neste sábado.

O grupo inclui uma dezena de generosos benfeitores, empresários e aristocratas em sua maioria, que concederam ao ex-soberano créditos para ajudá-lo a pagar a dívida, de acordo com os jornais El País e El Mundo, além da rádio Cadena Ser.

De fato, os amigos fizeram empréstimos e não doações – objeto de impostos de até 40% – que foram assinados com Juan Carlos I, alguns inclusive na presença de notário, para evitar problemas legais, explica o jornal El País.

A coleta de 4.395.901,96 euros, iniciada em janeiro, incluía inicialmente 32 nomes, segundo o jornal, mas o número foi reduzido finalmente a uma dezena de pessoas, já que as demais não completaram os trâmites a tempo.

Cada empréstimo, de quantia diferente de acordo com cada benfeitor, inclui uma taxa de juros (que pode ser de 0%) e um prazo de devolução.

Este último ponto, destaca El País, é problemático porque Juan Carlos I tem 83 anos e no pode solicitar um empréstimo a longo prazo, exceto se a dívida passar a seus herdeiros após sua morte.

Na sexta-feira, o advogado do rei anunciou o pagamento de 4,4 milhões de euros ao fisco, uma quantia que, segundo a imprensa, pretende regularizar sua situação após gastos não declarados, como viagens, incluindo deslocamentos em jatos particulares pagos por uma fundação com sede em Liechtenstein e que pertence a um de seus primos.

Depois de assumir o trono com a abdicação de Juan Carlos em 2014, Felipe VI se distanciou do pai: em março de 2020 renunciou a sua herança e retirou a verba anual ao rei emérito de quase 200.000 euros.

Esta é a segunda vez que o rei emérito, de 83 anos, faz um pagamento para liquidar dívidas fiscais.

Em dezembro, ele pagou 680.000 euros (820.000 dólares) ao fisco, uma regularização relacionada com uma investigação anticorrupção sobre o uso pelo ex-monarca de cartões de créditos com os nomes de um empresário mexicano e um coronel da Aeronáutica espanhola. (AFP)

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