A reinserção no mercado de trabalho após diagnóstico e tratamento de um câncer foi tema de palestra realizada pela fisioterapeuta Daniel Xavier, doutor em Fisioterapia Intensiva, durante a programação do Congresso Pan Amazônico de Oncologia que acontece até amanhã, dia 30, no Centro de Convenções Manaus Plaza, zona centro-sul de Manaus.

“A visão do paciente oncológico frente às diversidades de reinserção no mercado de trabalho” e “A fisioterapia oncofuncional e a importante tarefa de reintegração social” foram os temas abordados por Daniel, que também é coordenador técnico da ala de Fisioterapia da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).

Além de sua experiência profissional, Daniel compartilhou com os participantes da sua própria experiência de vida de ter se tratado de um câncer. “O paradigma câncer-morte, ainda incrustado em nossa prática médica atual, aos poucos vem sendo abandonado. Os avanços técnico-científicos de nossa era, por ora, jogam em nosso favor e garantem ao paciente oncológico uma esperança, mesmo que tênue, da tão almejada cura”, afirmou Daniel Xavier.

Ele destaca que um grande paradigma da sociedade ainda é a reinserção no mercado de trabalho do paciente oncológico. “São tabus que precisam ser rompidos pelo empregador e pelo próprio paciente, desde o diagnóstico, o tratamento e retorno às atividades”, disse.

De acordo com Xavier, o paciente oncológico precisa vencer muitas barreiras para retornar às suas atividades profissionais. “Nem todos têm a sorte de terem gestores compreensivos que vão entender que o tratamento pode ter deixado sequelas no corpo e na rotina do trabalhador. Há ainda ausências para continuação do tratamento, o que não impede do paciente em realizar suas atividades normais nos demais dias”, afirmou.

Para o fisioterapeuta, a rotina de trabalho de um paciente oncológico por muitas das vezes é ingrata, mas os resultados sempre gloriosos.

O profissional destacou a importância da fisioterapia onco-funcional para garantir a qualidade de vida e a dignidade ao portador da enfermidade oncológica. “A fisioterapia onco-funcional tem como funções essenciais: prevenir, manter e promover condições previamente perdidas, mas o maior mérito do profissional fisioterapeuta é garantir a dignidade do ser humano”, disse.

A assistência fisioterapêutica ao paciente oncológico tem início no pré-operatório, visando o preparo para o procedimento e redução de complicações. “A dor é uma das principais e mais frequentes queixas do paciente com câncer, devendo ser valorizada, controlada, e tratada em todas as etapas da doença”, afirmou Daniel Xavier.

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