Belo Horizonte – Com muito sofrimento no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG), a Seleção Brasileira se classificou para as oitavas de final da Copa do Mundo. Neste sábado, o time comandado por Luiz Felipe Scolari não jogou bem, empatou por 1 a 1 com o Chile no tempo normal e, nos pênaltis, levou a melhor por 3 a 2. Fez a diferença a atuação de Júlio César, que pegou duas cobranças e viu outra bater na trave.

O Brasil foi apático durante os 90 minutos, sem criatividade e constantemente ameaçado pelo Chile. Na prorrogação, melhorou o futebol, mas viu o cansaço da partida, que começou às 13h e se arrastou até as 16h, pesar. Na decisão por pênaltis, Willian chutou para fora e Hulk errou. Mas Júlio César brilhou: defendeu os chutes de Pinilla e Sánchez. Pelo Brasil, fizeram David Luiz, Marcelo e Neymar. Na última cobrnaça, Jara acertou a trave e salvou o Brasil de um vexame.

Agora, Brasil vai enfrentar o vencedor do confronto Colômbia x Uruguai, que acontece às 17h (de Brasília) deste sábado, no Maracanã, no Rio de Janeiro. A partida de quartas de final está marcada para sexta-feira, às 17h, no Castelão, em Fortaleza (CE).

Gol contra chileno e falhas das defesas

Com Fernandinho no lugar de Paulinho, a Seleção Brasileira manteve o domínio da partida no primeiro tempo e, em diversos períodos de tempo, pressionou o Chile, criando boas oportunidades. Os chilenos, por sua vez, jogaram à espera de uma bola para surpreender no Mineirão. A arbitragem foi do experiente Howard Webb, que chegou pressionado pelas acusações de diversas seleções de que o Brasil seria favorecido por jogar em casa.

Assim, a primeira polêmica ocorreu logo aos 13min, quando Hulk tabelou com Neymar na entrada da área e foi travado por Silva – os brasileiros reclamaram pênalti, mas o árbitro mandou seguir. O primeiro gol saiu aos 18min. Neymar cruzou na área em cobrança de escanteio, Thiago Silva desviou e David Luiz, na segunda trave, tentou completar, mas Jara, que o marcava, esticou a perna e acabou marcando gol contra. O tento foi creditado ao defensor brasileiro pela Fifa.

Em vantagem, a Seleção diminuiu a pressão, mas apertou a marcação no campo de defesa e seguiu criando chances. Aos 26min, contra-ataque puxado por Fred terminou com Neymar, que invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado para fora. O que comprometeu o primeiro tempo do time de Luiz Felipe Scolari foi a defesa. Assim saiu o empate do Chile, aos 32min. Marcelo cobrou lateral para Hulk, que devolveu fraco demais na esquerda do ataque; Vargas teve tempo de pegar a bola e tocar para Sánchez, que dentro da área chutou rasteiro e cruzado.

Ainda antes do intervalo, em outras duas oportunidades o setor defensivo se complicou. Aos 42min, Medel alçou bola na área, a zaga não fez o corte e Vargas, sem muito controle, conseguiu desviar, mas Júlio César pegou. Aos 47min, o goleiro errou na saída de bola para Luiz Gustavo, que perdeu a posse para Sánchez; Vidal ficou em grandes condições de finalizar, mas David Luiz conseguiu a recuperação. O Brasil, por sua vez, teve outras boas oportunidades, a maior delas em chute de longe de Daniel Alves aos 35min, quando quase surpreendeu o goleiro bravo.

Domínio chileno e chances perdidas

O segundo tempo começou com o mesmo cenário do primeiro. O Brasil quase marcou aos 5min, com chute perigoso de Fernandinho da entrada da área. Aos 10min, outra polêmica relacionada à arbitragem foi registrada: Hulk foi lançado pela direita, dominou a bola e bateu cruzado para marcar o segundo gol brasileiro, mas Howard Webb anulou acusando domínio com uso do braço, uma reclamação feita com veemência pelos chilenos.

Aos 18min, o Chile mostrava personalidade ao conter a Seleção Brasileira e constantemente ameaçar o Brasil. Felipão então colocou Jô no lugar de Fred. No lance seguinte, a zaga brasileira foi envolvida por troca de passes dentro da área que culminou com chute de Aránguiz e excelente defesa de Júlio César. Os chilenos passaram a tocar a bola e lidar com a inconsistência brasileira, principalmente por erros de passe e problemas na marcação.

A segunda alteração brasileira foi a entrada de Ramires no lugar de Fernandinho, aos 27min. Aos 30min, Hulk carregou pela esquerda e cruzou na área para Jô, que não conseguiu completar. Aos 35min, quando o Chile ainda mantinha domínio, mas já sem ameaçar, Daniel Alves lançou para a área pelo alto, onde Neymar cabeceou e obrigou Bravo a fazer boa defesa. O lance animou os brasileiros, que chegaram de novo em jogada individual de Hulk: ele driblou três adversários na entrada da área, mas Bravo pegou o chute cruzado.

Os minutos finais foram de muita tensão e nervosismo. Visivelmente desgastada, a Seleção Brasileira de espaço aos chilenos e não conseguiu dar a última pressão, pelo contrário: viu os chilenos se arriscarem no ataque e encerrarem a partida animando a minoria presente no Mineirão. Luiz Felipe Scolari encerrou o jogo com uma alteração por fazer: o zagueiro David Luiz, que foi dúvida durante a semana, poderia sentir a lesão na coxa, então Dante ficou em constante aquecimento.

Prorrogação

O tempo extra, com os jogadores já desgastados, começou com o Chile enrolando o máximo possível com a bola, mas tentando ser efetivo nas poucas tentativas na frente. O Brasil, por sua vez, passou a tocar a bola, e assim chegou algumas vezes, embora tenha criado poucas chances de gol. Aos 11min, Oscar recebeu cruzamento na segunda trave, mas cabeceou fraco e fácil para a defesa. Aos 13min, Hulk quase marcou depois de fintar a marcação, mas Bravo fez boa defesa e espalmou para o lado.

No segundo tempo, Jô teve boa chance aos 2min, em cobrança de escanteio, mas a bola foi por cima do gol. A cera chilena foi aumentada, com queda constante de jogadores e a substituição de Medel, que foi atendido, se levantou e depois caiu para obrigar a maca a entrar em campo. Os minutos finais foram de pressão, mas sem qualquer criatividade, na base de bolas alçadas na área e chutes errados de longa distância. Aos 14min, Pinilla recebeu no ataque e acertou o travessão de Júlio César. Assim, a partida foi para a decisão por pênaltis.

Pênaltis

Nos pênaltis, Júlio César fez a diferença. Antes das cobranças, o goleiro foi flagrado chorando. Quando a decisão começou, pegou os dois primeiros pênaltis chilenos, batidos por Pinilla e Sánchez. O Brasil fez com David Luiz, mas Willian chutou para fora. Na sequência, Marcelo converteu sua cobrança, mas Hulk bateu mal e viu Bravo pegar. Nesse ponto, o chile tinha feito gols com Aránguiz e Díaz.

A quinta série poderia decidir tudo. Neymar, o craque da Seleção Brasileira, mostrou frieza para converter sua batida com o mesmo estilo de sempre: corrida de lada, desaceleração e chutou rasteiro. Jara ficou com a última batida, e falhou para o Chile: acertou a trave esquerda de Júlio César e manteve o Brasil na Copa do Mundo.

Artigo anteriorSemsa informa sobre atendimento em unidades de saúde hoje dia do jogo do Brasil
Próximo artigoPM prende irmão de João Branco mais de um quilo de maconha no Nova Cidade