O deputado Serafim Corrêa (PSB) fez um alerta para o avanço das Organizações Sociais (OS) no Amazonas e para os exemplos negativos já vivenciados por outros Estados, que seguem a mesma linha para administrar hospitais públicos. A medida vai na contramão do Sistema Único de Saúde (SUS) e inviabiliza o recebimento de recursos do governo federal.

“Desde a fundação do SUS, há 30 anos, o Amazonas caminha na contramão e não quer seguir as regras do SUS. Assim, não se habilita em receber os recursos que o SUS disponibiliza. E nós terminamos tendo uma tragédia na Saúde. Embora sejamos o estado que, proporcionalmente, mais gasta, não temos uma saúde boa. De um tempo para cá, o Amazonas resolveu caminhar para as  OSs. Até onde sei, as OSs só têm tido exemplos negativos”, disse o deputado.

Diante os mais de 32 mil casos de pacientes infectados pelo novo Coronavírus, Serafim mencionou a preocupação com os hospitais Francisca Mendes e 28 de Agosto, que podem, também, ser administrados por uma OS, como é o caso do Hospital Delphina Aziz, um dos centros responsáveis pelo tratamento de pacientes com Covid-19.

“Espero que o Governo do AM tenha bom senso e não avance o sinal, porque todas as sinalizações estão dadas de que uma OS como a Iabas [com histórico ilícito]  vai cuidar do Francisca Mendes e até mesmo do 28 de Agosto”, alertou.

Serafim explicou que a Constituição de 1988 adotou o SUS, regulamentado através do Projeto de Lei nº 8.080, em 1990.

 “O SUS foi uma proposta original de cientistas da Fiocruz, tendo à frente o então deputado federal Sérgio Arouca e o senador Jamil Haddad, duas figuras ilustres do mundo da saúde no Brasil e que lamentavelmente não estão entre nós. Há 30 anos, os governos do Amazonas, e não só o atual, não entendem o verdadeiro sentido do SUS [ser administrado em sua maior proporção pelo estado, com apoio do governo federal”, concluiu.

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