Olá Navegantes!

Tempos corridos, não é mesmo? Parece que os dias estão cada vez mais curtos e que o tempo nunca é suficiente para cumprirmos todas as nossas obrigações rotineiras. Nos sentimos cansados e muitas vezes até mesmo culpados por não conseguirmos “dar conta”. No meio de tudo isso, como fica nossa saúde mental? Em que momento paramos para nos ouvir? Em que momento paramos para ouvir o outro?

A campanha de prevenção ao suicídio, mundialmente conhecida como Setembro Amarelo, acende um sinal de alerta para a sociedade. Precisamos prestar atenção em nós, precisamos prestar atenção no outro! Quando foi que deixamos de ouvir e passamos apenas a escutar? Ouvir significa prestar atenção, se importar se conectar consigo e com o próximo. Ouvir sem interromper, ouvir sem estar pensando na resposta ou solução que aparentemente temos para tudo. Ouvir é sentir o que o outro está tentando transmitir, é acolher e sobretudo é amar.

Como psicóloga, analiso a capacidade de ouvir de um paciente/cliente como um dos principais indicativos das condições de sua saúde mental. Desde antes de escolher minha profissão, ao observar pessoas conversando, eu notava a falta de sensibilidade e empatia em muitos diálogos. Hoje, com o advento da era digital e redes sociais, o trem (relações interpessoais) que precisava de manutenção acabou descarrilhando.

Em 1994 (quando a maioria das pessoas que cometeu suicídio neste ano ainda não era nem nascida) o jovem Mike Emme, de 17 anos, tirou a própria vida. Mike era um rapaz muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como “Mustang Mike”. Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.

No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem “Se você precisar, peça ajuda.” A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio. Em consequência dessa triste história, foi escolhido como símbolo da luta contra o suicídio, o laço amarelo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 32 pessoas se suicidam por dia no Brasil, o que significa que o suicídio mata mais brasileiros do que doenças como a AIDS e o câncer. Ainda segundo a OMS, a cada 45 segundos uma pessoa tira a própria vida em alguma parte do globo. (Sim a Terra é redonda). É alarmante, é assustador, principalmente quando acontece na sua vizinhança, na escola onde seu filho estuda, ou, ainda, na sua família (onde nós não imaginamos que pode acontecer, assim como os pais do Mike também não imaginavam).

Como perceber os indícios de um comportamento potencialmente suicida? Como proceder em situações como essa? Quais seriam as formas adequadas para abordar esse assunto com alguém? Esses e outros questionamentos estarão em pauta em nossa próxima conversa muito em breve! Fique ligado por aqui e desde já faça parte dessa campanha usando a hashtag #setembroamarelo.

“Agir Salva Vidas!”

Um abraço acolhedor, até logo!

Syrsjane N. Cordeiro

Psicóloga pelo UNASP – SP, Especialista em Saúde Mental. Já atuou como psicóloga na prevenção e promoção de saúde na atenção básica (NASF); na prevenção e promoção de saúde indígena no Alto Rio Solimões (SESAI); atuou também na área da assistência social, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e no Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) SUS – Programa Melhor em Casa.

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