O ciclo menstrual é um dos principais indicadores da saúde reprodutiva da mulher, por isso, qualquer alteração deve ser vista com cautela. Em média, dura 28 dias, mas pode variar entre 25 e 35 sendo ainda considerado normal. Já os períodos muito maiores ou menores indicam alguma disfunção hormonal, e uma das causas mais comuns é a síndrome dos ovários policísticos. Dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, apontam que a doença responde por 85% das ocorrências de menstruação irregular, especialmente entre jovens.

Mas o que vem a ser essa síndrome dos ovários policísticos? Conforme a endocrinologista Larissa Figueiredo, consultora médica do Sabin Medicina Diagnóstica, “trata-se de uma disfunção hormonal que afeta o sistema reprodutivo e metabólico da mulher” e ocorre quando o ovário passa a produzir hormônios masculinos em alta quantidade, o que pode causar também excesso de pelos pelo corpo, acne, resistência insulínica e até obesidade.

A médica informa ainda que a irregularidade menstrual é mais comum entre as mulheres jovens porque é nessa fase que ocorre “o amadurecimento do eixo gonadotrófico (eixo hormonal que comanda o ciclo menstrual), e assim os genes responsáveis mostram suas deficiências”. A causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que tem importantes componentes genéticos.

Diagnóstico e tratamento

Além dos indicativos clínicos, como a irregularidade menstrual, a síndrome dos ovários policísticos pode ser diagnosticada por meio de ultrassonografia, que permite avaliar os ovários, e de testes de dosagens hormonais, com a coleta de uma amostra de sangue da paciente.

Segundo a biomédica e coordenadora técnica do laboratório Sabin em Manaus, Mayara Alves, não há necessidade de nenhum preparo especial para a realização do teste de dosagens hormonais, nem mesmo de jejum, e o resultado fica pronto em até 24 horas.

“É um exame simples, mas a utilização de anticoncepcionais orais e alguns medicamentos pode influenciar no resultado. Daí a necessidade de acompanhamento médico, pois só ele, conhecendo o histórico da paciente, poderá dar a interpretação correta”.

A endocrinologista Larissa Figueiredo acrescenta que a frequência das dosagens hormonais também depende da avaliação médica de cada caso. “Tem que ser individualizado”, enfatiza, ressaltando que, embora ainda não tenha uma cura para a síndrome dos ovários policísticos, o tratamento existe e permite uma significativa melhora na qualidade de vida da mulher.

Outra observação importante é que o tratamento varia de acordo com a intenção ou não de engravidar, assim como idade e intensidade das manifestações clínicas na paciente.

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