A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deu continuidade, na tarde desta quarta-feira (5), à linha de investigação que apura possível triangulação de empresas privadas com fornecedores do estado tendo como objetivo único o pagamento da senhora Carla Pollake com recursos públicos. Em depoimento, o sócio-proprietário da empresa Mene e Portela Publicidade LTDA, Nílio Braga Portela, negou relação profissional permanente com Carla e afirmou ter pago apenas R$ 16 mil a ela por treinamento sobre perfil cultural brasileiro. Nílio substituiu o sócio, Túlio Mene, convocado, mas que alegou problemas de saúde para justificar ausência de depoimento.

“O senhor Nílio negou manter negócios com a senhora Carla Pollake e disse que a conheceu por meio da até então secretária de comunicação do governo do estado, Daniela Assayag, durante uma visita à sua agência. Na ocasião, em janeiro de 2019, teve conhecimento de estudo realizado por ela e afirmou ter se interessado por ele a ponto de pedir que ela realizasse palestra a ele e ao sócio. Fecharam apresentações no período de três dias, segundo ele por conta de agenda cheia mantida pelos donos da agência”, explicou o parlamentar.

De acordo com o deputado estadual, a contradição detectada em depoimento do empresário é o fato de que no mesmo período que ele alega ter recebido a senhora Carla Pollake para treinamento – 29 a 31 de janeiro de 2019 -, a consultora ministrava treinamento para servidores do governo do estado.

“Essa contradição reforça nossa necessidade de seguir investigações sobre o possível caso de triangulação. A senhora Carla Pollake não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo ou priorizando quem teoricamente não estava pagando valor algum à ela pelos serviços. As coincidências nos levam a crer que ela teria sido paga por empresa privada para prestar serviços de consultoria à atual gestão’, continuou Péricles.

A Comissão apresentou, durante depoimento de Nílio, foto que comprova a prestação de serviço de Carla Pollake no mesmo dia que o empresário afirma ter estado com ela em treinamento e, ainda, pediu documentos dele que comprovem essa apresentação de pesquisas elaboradas pela consultora.

“O senhor Nílio afirmou não ter dados, vídeos ou quaisquer outros documentos que comprovem que ele realmente estava com a senhora Carla Pollake nesses dias, o que reforça nossa necessidade de continuar apurando”, concluiu.

A CPI da Saúde dá continuidade aos depoimentos na próxima segunda-feira (10), quando ouve o senhor Frank Andrey Gomes de Abreu, verdadeiro proprietário da Norte Serviços, empresa que mantém processos indenizatórios suspeitos de fraude com o executivo estadual há muitos anos.

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