Um paciente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), conta com uma nova ferramenta para interagir com médicos, enfermeiros e familiares. A empresa MAP Technology está testando o uso de uma tecnologia assistiva para permitir que o paciente se comunique, navegue pela internet, estude e mantenha a vida ativa.

A tecnologia assistiva que está sendo testada utiliza sensores de câmera de alta precisão – identificam o posicionamento e o movimento da íris dos olhos – ligados a um notebook. Assim, com o movimento dos olhos, em um teclado virtual, o paciente consegue escrever o que deseja e/ou o que está sentindo. Os testes iniciaram no mês de novembro em um engenheiro diagnosticado com um tumor cerebral.

De acordo com o diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, o paciente passou por cirurgia, mas ficou com sequelas que o impedem de movimentar membros e de falar. Mourão frisou que o projeto é pioneiro na Fundação em relação ao uso de tecnologias assistivas para o benefício do paciente.  

“Trata-se de uma prática de humanização, social e assistencial em que o professor Manuel Cardoso – diretor executivo da MAP – foi sensível ao visualizar nosso paciente e inseri-lo em suas pesquisas. A parceria com a empresa também demonstra o avanço institucional na área de ensino e pesquisa”, disse Mourão. 

Parcerias – Conforme a diretora de Ensino e Pesquisa (DEP/FCecon), Kátia Torres, o objetivo do projeto é permitir a interação do paciente internado na UTI, e o próximo passo é buscar parceiros que financiem a utilização da tecnologia em todos os leitos.  

“Entregamos um dossiê ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento da Amazônia (Capda), da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A intenção é obtermos o credenciamento para buscar recursos no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) gerado pelas empresas do Distrito Industrial”, salientou Torres.  

A FCecon desenvolve pesquisas há mais de dez anos, segundo Torres, que envolvem pessoas da assistência – médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, dentre outros – que proporcionam benefícios aos pacientes e dão respostas às demandas das rotinas hospitalares.

Sensores – Diretor-executivo da MAP Technology, Manuel Cardoso explicou que os sensores utilizados na pesquisa são importados da Inglaterra. Ele frisou que essa tecnologia consegue identificar o posicionamento da íris, uma vez que o fundo do olho é branco. Assim, não é necessário utilizar os modelos anteriores que eram colocados na testa, maças do rosto e queixo.

Testes – Os primeiros testes com o paciente selecionado, conforme Cardoso, foram positivos. “O paciente conseguiu escrever no notebook. A próxima etapa é treiná-lo para acessar a internet e interagir pela rede mundial de computadores. Assim como qualquer outra pessoa faz com as mãos, ele fará com os olhos”, pontuou.

Como o paciente passa muito tempo deitado, Cardoso destacou que está sendo avaliada uma forma de posicionar o notebook de uma maneira mais confortável. Ele frisou que o paciente contará com o acompanhamento de psicólogo, fisioterapeuta, médicos e enfermeiros para observar os padrões de comportamento.

“Queremos entender como a tecnologia deve ser apresentada para motivar as pessoas. A ideia é que vire uma start up e seja disponibilizada para outras UTIs de hospitais públicos e privados, de forma a dar uma nova oportunidade para que essas pessoas descubram uma nova forma de viverem”, afirmou.

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