A recepção do Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 1), localizado no Km 08 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), ganhou mais vida com a exposição dos quadros de cores vibrantes nas paredes pintados por um interno da unidade. Nas telas é possível vislumbrar paisagens da natureza, símbolos nacionais e mulheres da cultura africana.

O artista, André* (nome fictício*), é integrante do grupo de reeducandos do programa de ressocialização “Trabalhando a Liberdade” há sete meses, e começou a pintar os quadros enquanto ainda realizava as pinturas natalinas. Hoje, o seu acervo dentro da unidade é de 14 telas: 11 na recepção, três no setor de projetos da unidade e uma em produção.

O talento de André para a pintura foi descoberto pelo agente de ressocialização do consórcio cogestor CGPAM, Itamar de Jesus, que trabalha no setor escolar e na biblioteca do CDPM 1, locais onde o interno atua como auxiliar e bibliotecário.

“Já havia observado que o mesmo sabia grafitar e sombrear desenhos, foi quando tive a ideia de incentivá-lo a criar quadros e com materiais reutilizáveis em alto-relevo, para que ele não fosse só um pintor dentre milhões e sim um diferenciado que pintasse artes que chamam a atenção, cheias de riqueza nos detalhes”, disse Itamar. “Estamos iniciando um projeto de quadros amazônicos para que dessa forma possamos sempre renovar as obras”, revelou o agente.

Copo plástico, embalagens de presente, algodão, lantejoulas, papel emborrachado, pedaços de arame e tecido são alguns dos itens que passaram pelas mãos do reeducando e se transformaram em arte.

Quando não está ocupado com os outros trabalhos que desempenha dentro do programa, André se dedica à pintura dos quadros, atividade que lhe traz a sensação de liberdade. “Quando estou pintando me sinto um homem livre e esqueço o tempo passando, quando me dou conta já é a hora de descansar”, disse ele.

“Sou grato à Seap por me deixar fazer parte do programa, imaginar, criar e exibir minhas artes. Quando terminar minha pena eu vou continuar com a pintura, até lá já vou estar muito mais profissional, talvez essa não seja minha única renda lá fora, mas com certeza vai me ajudar muito”, confessou o reeducando.

Remição de pena – André, assim como outros internos que são do “Trabalhando a Liberdade”, diminui um dia da sua pena a cada três dias trabalhados, conforme previsto na Lei de Execução Penal (LEP), de nº 7.210.

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