A prefeitura de Cuiabá estuda a possibilidade de decretar um toque de recolher em ao menos seis bairros da capital mato-grossense que vêm desobedecendo a quarentena contra o novo coronavírus. O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) foi aconselhado por técnicos do governo a colocar a medida em prática nesta semana, mas decidiu postergá-la para dar um último aviso à população do município.

Nos próximos dias, Pinheiro fará com que carros de som alertem os moradores dos bairros sobre a necessidade de cumprir as medidas protetivas. Se não houver mudança de comportamento, o governo implementará o toque de recolher já na próxima semana.

A medida pode atingir cerca de 150 mil pessoas que vivem nos bairros de Porto, Tijucal, Pedra 90, CPA 2, CPA 4 e Dom Aquino. No geral, são localizações onde residem moradores de menor poder aquisitivo, sendo que apenas o CPA 2 e o CPA 4 são considerados de classe média. Em todos eles há uma grande movimentação nas ruas e os comércios funcionam normalmente, o que fere uma determinação do estado.

No dia 30 de março, Cuiabá ganhou na Justiça o direito de manter uma quarentena mais rigorosa do que a defendida pelo governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), que permitiu a reabertura do comércio no estado. A administração de Mendes não recorreu da decisão que deu respaldo para Pinheiro manter os estabelecimentos fechados.

“Nesses bairros a vida está funcionando normal, como se nada estivesse acontecendo. Por isso, vou avisar as pessoas nesta semana. Não é que eu quero, mas se elas não respeitarem, terei que endurecer as medidas para proteger a saúde delas”, afirmou Pinheiro. Não houve até o momento uma definição sobre como poderá ser aplicado o toque de recolher nem sobre quais sanções seriam aplicadas aos infratores.

Caso a medida seja implementada, Cuiabá será a segunda capital a ter um toque de recolher para forçar a população a cumprir a quarentena. A prefeitura de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tem renovado a medida há semanas para conter aglomerações. As pessoas são proibidas de irem para a rua depois das 22 horas, sob o risco de serem multadas por agentes de segurança. Como o número de infrações tem se mantido alto, o prefeito Marcos Trad (PSD) disse recentemente que cogita antecipar o início do toque de recolher para as 20 horas. (veja.com)

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