O Amazonas e o seu povo nunca foram tão penalizados pela falência da saúde no estado como no governo José Melo (PROS). Nem mesmo no período da borracha, com a morte de centenas de seringueiros que não registam as sequelas deixadas pela sezão, a saúde no estado era tão precária.

No governo do senhor José Melo que, agora, pretende não só o controle do estado, mas também de Manaus, com a eleição de Marcelo Ramos (PR), até garrafa pet foi utilizada por um médico para salvar duas vidas no município de Jutaí, no Alto Solimões, por falta de equipamentos na unidade hospitalar local.

Os recém-nascidos prematuramente precisavam de oxigênio para sobreviver e foi exatamente com a improvisação de máscaras feito garrafas pets que um deles conseguiu sobreviver.

Enquanto isso, no governo do senhor José Melo são desviados mais de R$ 110 milhões da saúde, conforme apurou a Polícia Federal, que deflagrou ontem (20), a Operação Maus Caminhos para apurar os descaminhos de tanto recurso repassado do Fundo Estadual de Saúde à organização social Instituto Novos Caminhos (INC).

De abril de 2014, a dezembro de 2015, segundo a Controladoria Geral da União (CGU), a entidade recebeu mais de R$ 276 milhões para administrar duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Manaus e em Tabatinga, e um centro de reabilitação para dependentes químicos, no município de Rio Preto da Eva.

De acordo com a Polícia Federal, as empresas investigadas são comandadas direta ou indiretamente pelo médico e empresário, Mouhamad Moustafa, que na gestão do ex-governador do estado, hoje senador da República, Omar Aziz e de José Melo, construiu um império.

Mouhamad foi preso no condomínio Ephigênio Sales, onde mora Omar Aziz, desembargadores e empresários dos mais diversos ramos da economia do Amazonas.

Mouhamad Moustafa é sócio-administrador da Salvare Serviços Médicos Ltda e da Sociedade Integrada Médica do Amazonas Ltda (Simea), controlando ainda a Total Saúde Serviços Médicos e Enfermagem Ltda, por meio de procuração emitida pela presidente do INC.

O escândalo põe o governo José Melo em maus lençóis. O momento ainda é pré-maturo para qualquer tipo de afirmação, mas é praticamente certo de que esteja umbilicalmente ligado à falência da saúde no estado.

Dinheiro não existia, como tantas vezes afirmou José Melo, para compras de remédios, para manutenção de centros de saúde, muito menos para aquisição de equipamentos indispensáveis para salvar vidas.

Não faltavam, entretanto, no governo do senhor José Melo, dinheiro para os cofres do senhor Mouhamad Moustafa, que desde o governo Omar Aziz já estava, como um câncer, enraizado no poder.

Artigo anteriorAcusado por homicídios e tentativas de homicídio é preso pela DHS
Próximo artigoJapiinlândia confia na aliança de Artur e Rotta e condena escândalo na saúde do Estado