A renovação do contrato milionário assinado pelo governador Amazonino Mendes com a empresa Umanizzare, denunciada pelo Jornal Nacional (JN), edição de segunda-feira, 17, para continuar na gestão do Complexo Anísio Jobim (Compaj), palco de sangrento massacre em janeiro deste ano, “causou” frisson, nervosismo, tique-tique e muito alvoroço na intimidade do poder.

Bosco Saraiva, secretário de Segurança e vice-governador do Estado, por exemplo, na tentativa indisfarçável de tornar ameno o escandaloso presente de Natal dado à Umanizzare, disparou claudicante: “Ainda estamos reféns desse contrato, mas logo teremos a nossa liberdade de volta para dirigir os presídios do estado”, acredita.

Não convenceu.

Antenado, o deputado Serafim Corrêa (PSB) aproveitou para esclarecer alguns detalhes omitidos por Bosco Saraiva, relativos ao histórico da Umanizzare que, segundo o parlamentar, passa pela  empresa Auxílio,  impedida de participar de licitações em 2013 em razão de dívidas trabalhistas.

Tanto a Auxílio, quanto a Umanizzare – afirma Serafim – foram criadas pelo mesmo empresário, o todo poderoso cearense Luiz Gastão Bittencourt da Silva, atual presidente da Federação do Comércio do Ceará (Fecomercio).

Ainda de acordo com Serafim,  entre 2013 e 2014, a Auxílio deixou a gestão do Compaj e que em 2014, agora como Umanizzare, passou atuar no Compaj numa concorrência pública feita pelo governo de José Melo (Pros) em 2014, foi contratada para administrar o Compaj  até 1º de dezembro de 2016.

De acordo com o G1, também, em 2014, a Umanizzare ganhou outra licitação para gerir por 27 anos, prorrogáveis até 35 anos, os presídios do Amazonas. Ela participou do consórcio Pamas – Penitenciárias do Amazonas, junto com a LFG Locações e Serviços, candidato único na concorrência e vencedor do contrato que prevê um pagamento de R$ 205 milhões.

“É impossível que uma pessoa cuide ao mesmo tempo e com competência, do comércio do Ceará, dos detentos do Amazonas e de cursos profissionalizantes no Rio de Janeiro. Isso não pode dar certo. A prova disso foi o que ocorreu no início deste ano em nossos presídios. Aquele massacre não pode se repetir por má gestão. Rezo para que aquela tragédia não ocorra novamente e peço que o governo dê início, com urgência, ao processo de transição para outro modelo que assuma essa função”, reiterou o deputado.

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