Folha de S.Paulo – O presidente americano, Donald Trump, confirmou neste domingo (18) o interesse em comprar a Groenlândia, mas disse que não era uma prioridade para sua administração.

“É algo de que falamos”, declarou Trump a jornalistas.

“A ideia surgiu e, sem dúvida, estrategicamente é interessante e estaríamos interessados, mas falaremos um pouco [com a Dinamarca]”, afirmou, ressaltando que “não era a número um da lista” de prioridades do governo.

O jornal The Wall Street Journal noticiou na quinta-feira (15) que Trump tinha expressado interesse por essa grande ilha dinamarquesa com estatuto autônomo, na maior parte coberta de gelo, ao consultar assessores se seria possível que os Estados Unidos adquirissem o território situado entre o Ártico e o Atlântico Norte

Quando consultado se consideraria trocar um território americano pela Groenlândia, Trump respondeu que “muitas coisas poderiam ser feitas”.

“Essencialmente, é um grande negócio imobiliário”, resumiu.

A Dinamarca colonizou a ilha, com área de dois milhões de quilômetros quadrados, no século 18. A população é de apenas 57.000 pessoas, a maioria pertencente à comunidade indígena inuit. Trata-se de uma das áreas habitadas mais frias do mundo.

A ilha depende do apoio econômico da Dinamarca, que também cuida de sua defesa e política externa, mas tem autonomia para resolver seus assuntos internos.

“Está afetando muito a Dinamarca porque estão perdendo quase 700 milhões de dólares ao ano mantendo-a… E estrategicamente para os Estados Unidos seria bom”, acrescentou Trump.

O interesse dos EUA foi inicialmente noticiado pelo jornal The Wall Street Journal. O ex-presidente Harry Truman (1945-1953) já se dispusera a comprar a ilha em 1946 por US$ 100 milhões.

Trump deve visitar Copenhague —a capital dinamarquesa—, em setembro, e o Ártico estará em pauta durante reuniões com os primeiros-ministros da Dinamarca e da Groenlândia. Mas não há indicações de que uma compra do território esteja na agenda das conversas do presidente americano.

As autoridades da Dinamarca rechaçaram a ideia. “A Groenlândia não está à venda. A Groenlândia não é dinamarquesa. A Groenlândia pertence à Groenlândia. Espero sinceramente que essa proposta não seja séria”, disse a primeira-ministra Mette Frederiksen ao jornal Sermitsiaq. 

“Tem que ser uma piada de 1º de abril. Mas totalmente fora de época”, disse o ex-primeiro-ministro Lars Lokke Rasmussen em uma rede social.

A Groenlândia está recebendo atenção de superpotências globais, incluindo China, Rússia e Estados Unidos, devido à sua localização estratégica e seus recursos minerais.​ A ilha possui recursos naturais consideráveis, como carvão e urânio, mas apenas 0,6% da terra é usada para a agricultura. 

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