Na semana passada, de 04 a 08 de abril, comemorou-se a Semana da Literatura Amazonense. Verificou-se que em quase todas as escolas de Manaus e do interior do Amazonas, públicas e privadas, prestaram homenagens aos poetas e escritores amazonenses. Foi uma semana inteirinha de homenagens, estudos e debates, uma verdadeira festa da literatura amazonense.

Eu, por exemplo, pela minha produção literária, especialmente pela publicação do meu último livro “Filhos da quarentena – A esperança de viver novamente” fui homenageado pelo Distrito Educacional Leste II com uma bela placa, que recebi das mãos do subsecretário de gestão educacional da Semed, Dr. Carlos Guedelha, que também é poeta e escritor.

Por isso, quero deixar aqui registrado a minha gratidão à toda equipe de organização da Semana da Literatura Amazonense, Tenda Literária, especialmente as professoras Ellen e Sângela, a qual estendo também, e, sobretudo, a professora Socorro Duarte que sem o seu apoio e incentivo, este evento não seria possível, portanto, a todos vocês, o meu muito obrigado!

Para além de todas as homenagens, de todos os debates, de todas as discussões, as obras apresentadas, as poesias declamadas, a pergunta que não quer calar é a seguinte: “Existe uma literatura amazonense?” Jorge Tufic fez essa pergunta na década de 80 e ela continua viva, válida, urgente e atual, desafiando os interessados no assunto, as mentes pensantes.

Muito humildemente e sem nenhuma pretensão de esgotar o debate, pelo que vimos, ouvimos e presenciamos durante toda essa semana, podemos dizer que sim, que existe uma literatura amazonense. No entanto, sabemos que é preciso avançar, principalmente dando condições econômicas para que os escritores amazonenses produzam suas obras e na formação do público leitor.

Existem muita gente capacitada, gente nova, formada, talentosa e preparada intelectualmente, produzindo literatura de alta qualidade no Amazonas. No entanto, só talento não basta! O que falta mesmo para os poetas, os artistas, os escritores amazonenses é o apoio econômico, patrocínio, fomento à produção cultural. Sem esse apoio, as obras dos artistas amazonenses nunca chegarão ao grande público, aos leitores.

Por outro lado, sabemos que algumas atividades da Manauscult (Fundação Municipal de Cultura, Eventos e Turismo), como por exemplo, o “Prêmio Literário Cidade de Manaus”, que visa premiar com dinheiro e publicação da obra o(a) autor(a) do melhor livro de contos, poesia, romance, etc.; é uma boa e louvável iniciativa, mas que se mostra irrisória e insignificante, dado à quantidade de vagas e premiações destinadas aos autores amazonenses!

Em suma, como sou professor, continuo escrevendo os meus livros sem se preocupar se eles serão contemplados por algum edital público ou não, escrevo simplesmente pelo fato de gostar de escrever. A cada dia que passa descubro-me que escrever é a minha paixão. No entanto, eu fico aqui pensando com os meus botões: como vivem os meus colegas artistas que dependem da venda de seus livros, de seus quadros, de seus desenhos, de suas obras, para sobreviver?

Como seria maravilhoso se o artista amazonense, o poeta amazonense, o escritor amazonense, pudesse desenvolver sua arte em potência máxima, sem se preocupar com as contas do final do mês! É possível isso? Algum dia? Se é dado ao homem sonhar, sonhemos! Viva à literatura amazonense! Viva o artista amazonense! Viva eu! Viva você que acredita na Literatura Amazonense!

Luís Lemos é filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente, Editora Viseu, 2021.

Para comprar o livro do professor Luís Lemos acesse o link https://www.editoraviseu.com.br/filhos-da-quarentena-prod.html?___SID=U ou pelo Whatsapp (92) 988236521.

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