O amor é o ponto de partida para tudo quanto há na vida humana. Sem ele, a vida humana não teria nenhum sentido. Sem amor, seríamos um animal qualquer. Por isso, o amor nos diferencia de todos os outros animais.

No entanto, em nossa época decididamente narcisista, o amor é pouco vivido e muito explicado. As pessoas passam a maior parte do tempo tentando dizer que são felizes, que estão vivendo um grande amor, etc., mas na verdade são pessoas egoístas, porque o amor não se explica, o amor se vive.

O amor verdadeiro deve ser a lei que rege o mundo, como disse o Divino Mestre: “Não existe maior amor do que este: de alguém dar a própria vida por causa dos seus amigos” (João: 15).

Viver o amor da forma como Jesus nos ensinou, ou seja, com gestos concretos, talvez seja uma das questões mais difíceis de se colocar em prática. No entanto, precisamos praticar mais o amor, não o amor abstrato, mas o amor concreto, ajudando quem precisa.

As instituições sociais têm um papel importante nesse aspecto. Os valores morais são ensinados pelas famílias, e eles formam o caráter de um homem. As igrejas também contribuem nesse aspecto, mas elas estão mais preocupadas com a formação espiritual de seus fiéis.

No entanto, a escola é o ambiente adequando para que o aluno coloque em prática o amor aprendido pela família e\ou pela igreja. Por ser laica, na escola o aluno se confronta com o outro igual a si e suas atitudes veem à tona.

Por isso, a forma como a criança ou o adolescente aprende o conceito de amor vai determinar suas ações futuras: se egoísta ou solidária. Ou seja, o processo de socialização do estudante depende da vivência do amor.

Outrossim, não importa se na família, na igreja ou na escola, amar verdadeiramente é respeitar o outro em sua singularidade; é compreender o outro em suas necessidades, sejam elas materiais ou espirituais.

Professores, gestores, pedagogos, devem ficar atentos quanto às necessidades dos alunos, principalmente necessidades sociais, emocionais, intelectuais e\ou espirituais. A escola deve ser um local de acolhimento.

Dessa forma, a escola deve ensinar sempre o amor e o respeito mútuo. O educando, por sua vez, deve também acreditar no poder da união, na justiça, na amizade, na colaboração, no companheirismo. Esses valores devem ser ensinados e estimulados no ambiente escolar, principalmente no respeito a diversidade cultura, religiosa, sexual, econômica e espiritual.

Não existe amor mais sincero e profundo do que ser solidário com o outro. Na escola, colocar em prática esse amor é ser respeitoso com todos, com os professores, com os colegas, etc. É preciso valorizar o amor prático, o amor pelos animais, pelas plantas, pelos estudos, pelos amigos…

Dentre tantas formas de amor, a escola não pode esquecer de ensinar o amor pelo conhecimento. Amar o conhecimento é amar à vida, as coisas, o dia a dia, os estudos, os pais, os irmãos, a cidade, o bairro, a rua onde moramos, a comida, os sonhos, as angústias, as dores…

É sabido por todos que vivemos um momento de escassez do amor verdadeiro. Muitos só amam esperando receber algo em troca. Mas o amor verdadeiro não é isso. Amor verdadeiro é uma arte. E como se pratica essa arte? Amando! E como faz para amar?

A arte de amar é uma conquista de todos os seres que são inteligentes. Quem é inteligente de verdade sabe que o amor só traz benefícios para as pessoas. Por isso, só quem ama para além de si mesmo compreende o verdadeiro sentido do amor, compreende a arte de amar.

Ou como disse Carlos Drummond de Andrade: “Não há tempo consumido \ nem tempo a economizar. O tempo é todo vestido \ de amor e tempo de amar. O meu tempo e o teu, amada \ transcendem qualquer medida. Além do amor, não há nada \ amar é o sumo da vida”.

É isso que as escolas devem ensinar aos alunos: a arte de amar. Quem ama de verdade doa-se, não pensa só em si, quer ver sempre à felicidade do outro. Por fim, não esqueçamos o que disse o poeta: “Além do amor, não há nada \ amar é o sumo da vida”.

Luís Lemos

Filósofo, professor universitário e escritor, autor do livro: “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas”.
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