A liberdade é um dos valores mais importante da nossa vida. Sem liberdade não seríamos o que somos hoje: homens e mulheres pensantes. A liberdade é a essência de nossa vida, de tudo quanto há. E o que dizer da importância da liberdade no ambiente escolar? É sobre isso que trataremos nesse artigo, sobre liberdade no ambiente escolar.

Vamos tentar abordar o assunto a partir de três ponto de vista. O primeiro, quando afirmamos que não existe educação sem liberdade. O segundo, a matéria prima da educação é a liberdade. Por último, a essência da educação é a liberdade. E para obtermos êxito em tal empreitada, começamos indagando: o que é liberdade?

De forma simples, e até ingênua, podemos dizer que liberdade é a capacidade que os seres humanos possuem de decidir. Isso mesmo, quando decidimos livremente, sem qualquer tipo de pressão, interna ou externa, social, política ou religiosamente, sobre qualquer causa ou situação, estamos lidando com aquilo que é mais importante para a pessoa humana: à liberdade, e por correspondência, à sua dignidade.

A capacidade de decidir livremente sobre o destino de nossa vida é a essência da liberdade humana. Mas não existe liberdade sem responsabilidade. Ou seja, toda ação humana implica responsabilidade e como tal devemos responder pelas consequências que advenham de nossas escolhas.

Portanto, ser livre é não se curvar diante de qualquer pessoa, situação, poder ou ideologia. É dialogar de igual para igual. Numa relação de liberdade, nada e ninguém tem o direito de sobrepor ao outro, seja pela posição social, pelo poder econômico ou pela capacidade de persuasão.

Nenhuma ideologia pode dizer o que é bom para o sujeito. É o sujeito que tem que dizer para ele mesmo qual é a melhor ideologia. Assim deve ser no ambiente escolar. Ninguém tem o poder de impor nada aos educandos.

Os professores, os pedagogos, os gestores, devem apostar sempre no diálogo para à construção de um ambiente escolar alegre, feliz e propicio à aprendizagem. Quando se coloca em prática à liberdade no ambiente escolar o diálogo aparece, os educandos crescem em sabedoria e acabam despertando o desejo de conhecer.

É sobre isso que fala o educador Paulo Freire em seu livro “Educação e Mudança” de 1985: “Na escola não deve haver limites para o diálogo. Porque numa sociedade de classes não há diálogo, há apenas um pseudodiálogo, utopia romântica quando parte do oprimido e ardil astuto quando parte do opressor”.

E continua o Patrono da Educação Brasileira: “Numa sociedade dividida em classes antagônicas não há condições para uma pedagogia dialogal. O diálogo pode estabelecer-se talvez no interior da escola, da sala de aula, em pequenos grupos, mas nunca na sociedade global”.

Por fim, tem razão Paulo Freire, a primeira condição para que um professor possa se comprometer com a ação pedagógica é ter plenamente a capacidade de agir e refletir. No entanto, temos consciência de que falar de liberdade não nos parece tarefa fácil nestes tempos de recrudescimento do ideário fascista no Brasil e em diversas partes do mundo. O desafio está posto, sejamos utópicos, desejemos o impossível!

Luís Lemos

Filósofo, professor universitário e escritor, autor do livro: “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas”.
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