O vereador Marcelo Serafim (PSB) mostrou preocupação com a atual situação do Hospital Francisca Mendes, cujo contrato com a Unisol, fundação ligada a Universidade Federal do Amazonas, será finalizado em dezembro. A fundação é responsável pela contratação de profissionais que trabalham na unidade há mais de dez anos.

Segundo o vereador, o governo está se aproveitando de uma ação do Ministério Público Estadual como justificava para não renovar o contrato com a Unisol, o que ocasionará a saída de mais de 500 funcionários altamente qualificados na área de cardiologia. No entanto, a ideia defendida pelo MP, Câmara Municipal de Manaus, Hospital Francisca Mendes, diversos deputados e até associação de pacientes, é que os servidores sejam incorporados temporariamente pela Fundação Hospital do Coração, que é do próprio Estado, até que seja realizado concurso público.

“O Estado trata a questão com desdém. Não sentam na mesa, de forma séria, para discutir um assunto de extrema gravidade. O Francisca Mendes é uma referência em toda a região norte e não pode ser jogada nos colos de uma OS da forma como está sendo planejada. O governo Wilson Lima não paga os servidores desde julho e já estamos em outubro. Como essas pessoas vão sustentar suas famílias? É um governo descomprometido, irresponsável e imoral. Salário é coisa sagrada e não pode ser tratado desta forma”.

Além disso, Marcelo denúncia a forma como a transição está sendo conduzida. “O governador precisa saber que somos conscientes de que a Unisol não pode continuar, mas ele também precisa entender que a Fundação do Coração já existe desde 2014 e que um simples ato dele resolve toda essa questão. Ou mentem para ele, ou ele faz questão de se fazer de desentendido, no meio de um cenário de caos que vivemos na saúde. Os caminhos adotados por ele nos remetem a outra direção. Ele colocou um enfermeiro obstetra que, com todo o respeito, não entende o que precisa entender de coração para fazer uma transição dessa magnitude. Demonstra que o debate não está sendo tratado com a seriedade necessária”, disse Serafim.

Para Marcelo Serafim o governo está “empurrando com a barriga” um debate sério e vital para o Estado. “Estamos há mais de 15 anos dando passos importantes para alcançarmos o nível de excelência e de qualificação que o Francisca Mendes possui. O estado tem a clara intenção de empurrar esse debate com a barriga para que lá na frente diga que está vivendo um momento crítico, urgente e aí colocar a OS para gerir o hospital. Quero deixar registrado no dia de hoje que existem indícios muito claros da intenção do governador Wilson Lima em colocar a OS do Hospital Delphina Aziz para gerir o Francisca Mendes. O Delphina é o exemplo do que não deve ser feito. Temos um contrato de mais de R$ 140 milhões por ano, em um hospital que só possui 30% dos leitos em funcionamento e isso não é apenas um absurdo, mas um claro crime contra a saúde pública”, finalizou Serafim.

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